Se a Taça Guanabara, perdida na semifinal diante do Flamengo, parecia um dano menor, ontem a tardia formação do elenco, a chegada de reforços longe da melhor forma e a consequente dificuldade de evoluir coletivamente cobraram um preço mais alto. Derrotado por 1 a 0 pelo Vitória, em Salvador, o Vasco foi eliminado da Copa do Brasil.
Retrato de um time longe de estar formado, com dificuldade de dar sinais de evolução, o Vasco foi se tornando ainda mais sem ideias conforme o tempo passava e a derrota se desenhava. Restava Martín Silva, fazendo ótimas defesas, e Douglas, que se desdobrava para aparecer em todos os setores do campo, dar opções de passe e conduzir o time à frente. Mas não foi o bastante para salvar a situação.
A imprevisibilidade costuma ser a marca de um jogo entre dois esboços de times. Assim como o Vasco, o Vitória tenta se formar após inúmeras contratações. Entre erros coletivos e individuais, um certo grau de aleatoriedade marcava a origem das jogadas perigosas, em especial nos primeiros 30 minutos. O Vasco, por exemplo, teve sua primeira grande oportunidade numa sucessão de golpes e contragolpes originada numa bola perdida pelo volante Jean. Após quase levar o gol, o time ameaçou em ótimo passe de Escudero para Guilherme desperdiçar.
DOIS CENTROAVANTES NO FIM
Cristóvão Borges trocou, ontem, Kelvin e Wagner ? este último por lesão ?, por Escudero e Guilherme. No fim do primeiro tempo, a projeção de Douglas ao ataque, juntando-se a Escudero e Nenê, permitiu algumas trocas de passes. O Vasco assustou Fernando Miguel num chute de Nenê e numa cabeçada de Luís Fabiano.
Mas é preciso muito pouco para este Vasco se desordenar, reflexo de um trabalho ainda não consolidado. A necessidade de buscar a vitória gerou um time desequilibrado na segunda etapa.
Em cinco minutos de segundo tempo, dois contra-ataques perigosos chegaram à área do Vasco. E, necessidades de evoluir coletivamente à parte, o que permitiu o único gol do jogo foram erros individuais. Batida pelo alto a defesa, Gilberto errou uma cabeçada antes de Alan Costa fazer o gol.
Cristóvão trocou Escudero por Kelvin em busca de mais velocidade. Mas o Vasco já era, acima de tudo, intranquilo. E, definitivamente, sem senso coletivo. Por alguns instantes, viu o time baiano próximo do segundo gol. Com setores distantes, abria um clarão no centro do campo, não conseguia retomar a bola ou pressionar o rival. A última cartada vascaína foi Thalles no lugar do volante Jean. A opção por dois especialistas na área, no entanto, foi pouco testada: o Vasco mal conseguia manter a bola no campo de ataque