LIMA ? O economista Pedro Pablo Kuczynski, declarado vencedor na quinta-feira das eleições presidenciais peruanas, afirmou que em seu eventual governo não anistiará o ex-ditador Alberto Fujimori ? mas concordaria em mantê-lo sob prisão domiciliar. O destino do pai da sua grande rival na disputa, Keiko Fujimori, foi um tema decisivo para a escolha dos peruanos nas urnas. Atualmente, o ex-presidente está preso por crimes contra a Humanidade e corrupção durante seu governo (1990-2000).
Kuczynski derrotou sua rival nas urnas, mas o partido político de Keiko obteve a maioria absoluta no congresso peruano. Ao ser consultado sobre a possibilidade de assinar a anistia de Fujimori, que cumpre uma sentença de 25 anos, o economista deu uma resposta certeira:
? Não ? disse Kuczynski à imprensa local. ? Se o Congresso propuser uma lei genérica, e não uma lei pessoal, para que pessoas na mesma condição cumpram o fim da sua sentença em casa, eu assinarei.
Durante a campanha presidencial, Keiko foi questionada por supostamente planejar libertar seu pai caso assumisse a Presidência. No entanto, ela rechaçou esta possibilidade e tentou se afastar do histórico de Fujimori. A candidata assumiu que houve erros e delitos no governo do pai.
Em 2014, os filhos do ex-presidente apresentaram um pedido para que ele fosse perdoado ? que foi negado pelo presidente Ollanta Humala.
Kuczynski superou por uma pequena margem sua rival: 0,24 ponto percentual. Keiko conseguiu 49,88% dos votos na eleição de domingo contra 50,12% do ex-ministro das Finanças.
O triunfo do ex-banqueiro e ex-ministro de Finanças do governo Alejandro Toledo (2000-2006) já era considerado fato por analistas há vários dias. A grande expectativa agora é saber como será o governo de PPK e, principalmente, como estará integrado seu gabinete.
Apenas uma semana antes da votação, Kuczynski chegou a estar até oito pontos percentuais abaixo de Keiko. Mas, já na véspera da eleição, pesquisas da Ipsos apontavam um crescimento do ex-ministro.