Cotidiano

Festival leva a relação entre o homem e a sociedade às salas do CCBB

2016 912890123-cena brasil internacional 2016 - francisco carlos (brasil) as.jpgRIO – Estereótipos, preconceitos, opressão. Afinal, como são e como deveriam ser as relações que o homem estabelece em sociedade? A 5ª edição do Festival Cena Brasil Internacional, que ocupa o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de 1 a 12 de junho, não quer oferecer respostas à pergunta. Em vez disso, traz espetáculos inéditos no Rio que, de alguma forma, propiciam o debate sobre questões éticas.

Mais do que uma mostra da cena contemporânea no Brasil e no mundo, o festival se propõe a oferecer um espaço de convivência e intercâmbio artístico. Além das apresentações dos trabalhos, todos os convidados ministram oficinas e palestras, direcionadas ao público e aos participantes.

? Os teatros ficam abertos para os grupos interagirem: além de trocarem experiências no campo artístico, eles conversam sobre como se financiam, como sobrevivem. As discussões saem das salas e vão para a área de convivência do CCBB, onde todos se reúnem depois dos espetáculos ? conta Sérgio Saboya, idealizador do projeto, que assina a curadoria com o repórter do GLOBO, Luiz Felipe Reis.

Saboya, cuja trajetória profissional passa pela produção de diversas companhias teatrais cariocas, é um entusiasta da cena do país. Ele já produziu turnês internacionais de espetáculos brasileiros, além de realizar mostras brasileiras nos prestigiados festivais de Edimburgo, na Escócia, e Avignon, na França. Para esta edição do Cena Brasil, ele e Reis selecionaram trabalhos de outros cinco países: Chile, Argentina, Bulgária, Espanha e Portugal.

O Cena Brasil Internacional terá poucas apresentações de cada espetáculo. São de duas a três exibições que ocupam, concomitantemente, as salas do CCBB. Na abertura, os cariocas poderão assistir a três produções de brasileiros: ?Sonata fantasma bandeirante?, do amazonense Francisco Carlos, marcando a volta da atriz Alessandra Negrini aos palcos; ?Rêverie?, performance solo da bailarina Morena Nascimento criada para as comemorações de 40 anos da companhia de Pina Bausch, na Alemanha; e ?O ano em que sonhamos perigosamente”, do grupo pernambucano Magiluth, o primeiro a retornar ao festival.

Francisco Carlos, que criou a personagem feminina de ?Sonata? para Alessandra, está animado com a oportunidade de conviver com o performer búlgaro Ivo Dimchev, que mostra ?Songs from my shows?? (4 e 5 de junho) e ?I-cure?? (dias 7 e 8 de junho).

? Num momento em que a arte da performance, fundamental nas minhas pesquisas, anda meio rasa, o Ivo é uma luz, é extraordinário.

Já Morena Nascimento, que trabalhou por quase três anos na companhia de dança da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009) e mantém o vínculo com o grupo como bailarina convidada, destaca a importância da arte como resistência no momento atual:

? Não há nada mais político do que um corpo se movendo em completa liberdade.