SÃO PAULO. Um relatório da Polícia Federal, que associou codinomes, valores e obras públicas identicadas em planilhas apreendidas no Setor de Operações Estruturadas da Odebrech relaciona várias obras públicas feitas pelo grupo no Rio de Janeiro. Segundo os técnicos da PF, é indubitável que as obras relacionadas motivaram pagamento de propina a “agentes ainda não identificados”. O Grupo Odebrecht informou que não vai se manifestar.
A lista inclui obras do Metrô feitas pela Odebrecht, como a Estação General Osório, em Ipanema; e a Linha 4 do Metro do Rio (Barra/Gávea), construída pelo Consórcio Construtor Rio Barra, no qual a Odebrecht atuou associada à Queiroz Galvão, Carioca, Cowan e Servix. Também foram identificadas nas planilhas da empreiteira as obras do Arco Rodoviário, de reabilitação da Praia de Sepetiba, dos teleféricos do Complexo do Alemão e do Morro da Providência e do Túnel da Grota Funda, por exemplo. Da lista, a única obra que já havia sido identificada anteriormente pela PF foi a reforma do Maracanã, que integrou o pacote para a Copa do Mundo.
A Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro, responsável pelas obras do metrô e do teleférico do Complexo do Alemão informou que não vai se manifestar. A Secretaria de Obras do estado e a Prefeitura do Rio ainda não se manifestaram.
Na última segunda-feira, a Polícia Federal fez buscas em dois endereços do Rio de Janeiro onde, segundo documentos apreendidos, teria ocorrido entrega de dinheiro em espécia: na sede da empresa Apto Ponto Com Comunicações, na Avenida das Américas, e na DB Audio Equipamentos e Assessoria, que fica na Rua das Laranjeiras. Duas pessoas foram levadas a depor coercitivamente, Pedro Guidoreni e Lygia Maria de Araújo Borges.
O relatório aponta que a Odebrecht pagou propinas por obras espalhadas por vários estados do país. No total, foram listadas 30 obras no Brasil, além de projetos na Argentina e Angola. Entre elas estão obras de expansão da Linha 2 do Metrô de São Paulo; a Estação de Tratamento de Esgotos Dom Nivaldo Monte (ETE do Baldo), em Natal (RN); a construção da Barragem do Arroio Taquarembó (RS); e um trecho do Sistema Adutor Castanhão, no Ceará, onde a empreiteira atuou em consórcio com a Andrade Gutierrez e com a Queiroz Galvão.
Veja a lista de obras do Rio que, segundo a PF, houve pagamentos de propina:
1) Metro Barra/Gávea – Linha 4 (Consórcio Construtor Rio Barra)
2) Estação General Osório, em Ipanema (extensão da Linha 1 do metrô do Rio de Janeiro)
3) Arco Rodoviário, projeto do Consórcio Arco Metropolitano, feito com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
4) Construção de moradias no Complexo do Alemão, com recursos do PAC Favelas, do governo federal
5) Teleféricos do Complexo do Alemão e do Morro da Providência, no Rio de Janeiro.
6) Projeto de Reabilitação Ambiental da Praia de Sepetiba
7) Construção do Túnel da Grota Funda
8) Reforma do Maracanã