BOGOTÁ ? Momentos antes de se reunir com o presidente Juan Manuel Santos nesta quarta-feira, o senador Álvaro Uribe afirmou que ?é preciso revisar alguns pontos? do acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ?e não poucos?.
? A primeira coisa que queremos saber é se há vontade de modificar os acordos alcançados em Havana ? disse o ex-presidente, que liderou a campanha pelo ?não? no plebiscito, em entrevista à Rádio Caracol.
Muita expectativa cerca a reunião entre os dois ex-aliados e atuais rivais políticos, que não se encontram há seis anos. As declarações de Uribe mostram ainda que as dificuldades que devem surgir durante a reunião.
Para o ex-presidente, o governo já conhece os argumentos da oposição, e ?o caminho correto? seria escutá-los, responder se pode aceitá-los e então liderar as mudanças.
Entre as alteraçãos defendidas pelo Centro Democrático, partido de Uribe, estão penalidades maiores para os comandantes da guerrilha, que poderiam ser cumpridas, por exemplo, em áreas agrícolas. Sobre combatentes rasos, a legenda concorda que sejam reintegrados à sociedade sem sanções.
Uribe manifestou ainda sua preocupação com a decisão de Santos de estabelecer o dia 31 de outubro como a data limite para o cessar-fogo bilateral e com um possível recrudescimento da violência envolvendo também a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) e grupos criminosos de direita.
Ele criticou a chanceler María Ángela Holguín, que duvidou que um acordo melhor possa ser alcançado.
? Ela está num plano que entrega a democracia às Farc.