LISBOA ? O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, informou neste sábado que irá decretar luto nacional de três dias pela morte do ex-presidente Mário Soares. O premier, contudo, não irá interromper uma visita de Estado à Índia.
Já o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o país a se unir em torno da última batalha de Soares: pela ?imortalidade do seu legado?. Em declaração no Palácio de Belém, residência oficial da presidência, Sousa afirmou que ?iremos vencer esse combate, porque dele nunca desistiremos, como Mário Soares nunca desistiu?.
? No que era decisivo, Mário Soares era sempre vencedor ? disse o presidente.
Sousa lembrou sobre os momentos mais marcantes da vida do ex-presidente, desde a resistência no exílio ao regresso à Lisboa, e depois com sua atuação política no comando do país.
? Esteve disponível para liderar o governo em dois momentos das crises financeiras graves ? enalteceu o presidente, ressaltando ?o sonho e luta por um Timor Leste independente? e a participação de Soares em manifestações contra a invasão do Iraque.
A jornalista Teresa de Sousa, que biografou o ex-presidente, afirmou que Soares “nunca baixou a cabeça perante ninguém ou nenhum combate”.
“Nunca confundiu o lado da barricada em que deveria estar. Foi sempre do lado da liberdade, fosse qual fosse o seu nome”, escreveu no diário ?Público?.
?Mário Soares era o político que era uma pessoa. Recusou-se sempre a ser um salvador ou uma figura acima da multidão. Ele era o político que era de um partido ? o Partido Socialista ? e com muita honra. Ele era um laico convicto, capaz de dar tudo pela liberdade religiosa de todos aqueles que têm religiões diferentes da grande maioria. Ele era um republicano honrado que sabia falar com monárquicos?, avaliou o escritor Miguel Esteves Cardoso.