CADERNO RURAL

Proagro: Sem correção dos honorários há quase 6 anos, peritos reivindicam reajuste

Foto: CNA
Foto: CNA

Brasil - Seis entidades que representam empresas de planejamento e assistência técnica rural encaminharam ao Banco Central um ofício solicitando o reajuste dos honorários pagos pelas perícias vinculadas ao Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). O último reajuste ocorreu em julho de 2019, há quase seis anos.

“Está inviável fazer perícia do Proagro e o que é pior, isso aumenta o risco de fraudes e o risco moral para os peritos, tornando-se mais um fator problemático para o Proagro”, pontua Lucas Schauff, diretor-técnico da Apepa.

Em 2016, essa situação levou as entidades ligadas à Apepa (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário) e paralisar suas atividades. Administrado pelo Banco Central, o Proagro auxilia pequenos produtores afetados por fatores climáticos, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações. Sem as perícias, os produtores ficam sem auxílio, que é disponibilizado através de instituições financeiras.

No documento, endereçado ao chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Claudio Filgueiras Pacheco Moreira, as associações destacam o cenário de defasagem nas remunerações frente ao aumento expressivo dos custos operacionais.

“As atividades periciais são realizadas em áreas rurais, muitas vezes de difícil acesso, por estradas não pavimentadas. Houve aumento nos preços de combustíveis, salários e logística, além de uma nova dinâmica de distribuição das demandas pelos agentes financeiros, que exige deslocamentos maiores e mais complexos”, diz um dos trechos do documento.

Importância da valorização profissional

As entidades ressaltam que os serviços periciais exigem responsabilidade técnica, ética e compromisso com a qualidade, fatores que, segundo o ofício, justificam uma remuneração compatível com a complexidade e importância da função.

O pedido de reajuste é assinado pela Apepa (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário), AASTEC/MS (Associação das Empresas de Assistência Técnica Rural de Mato Grosso do Sul), AASTEC/MG (Associação das Empresas de Assistência Técnica de Minas Gerais), Apaesp (Associação de Técnicos e de Empresas de Planejamento e Assistência Técnica Rural do Estado de São Paulo), Aeapago (Associação das Empresas de Planejamento Agropecuário do Estado de Goiás) e Aepa (Associação das Empresas de Assistência Técnica do Distrito Federal e Entorno), todas reunidas sob a União das Associações de Assessoria Agropecuária.

O documento encerra com a disposição das entidades para prestar esclarecimentos e colaborar com o Banco Central, reforçando o apelo por uma remuneração justa como condição essencial para a continuidade dos serviços prestados no âmbito do Proagro.