Em outubro, o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra brasileira de grãos (cereais, leguminosas e oleaginosas) em 2025. A estimativa, que acaba de ser publicada, prevê 311 milhões de toneladas, um aumento de 5,8% (ou mais 17,2 milhões de toneladas) frente à safra de 2024, tendo a safra de 2024 enfrentado uma série de problemas climáticos que reduziram os rendimentos médios de diversos produtos que compõem o grupo dos cereais, leguminosas e oleaginosas.
O acréscimo da produção em relação a 2024 deve-se, principalmente, à soja (10,9% ou 15 725 592 t), ao milho 1ª safra (9,1% ou 2 081 661 t), ao arroz (6,0% ou 633 328 t) e ao feijão 1ª safra (18,1% ou 164 084 t). Para o algodão herbáceo em caroço e para o milho 2ª safra foram estimados declínios de 0,7% ou -36 928 toneladas, e 1,8% ou -1 703 556 toneladas, respectivamente.
A produção deve crescer no Paraná (13,6%), no Rio Grande do Sul (12,4%), no Mato Grosso do Sul (24,1%), em Minas Gerais (5,0%), em Goiás (2,0%), na Bahia (3,8%), em São Paulo (16,3%), no Tocantins (0,3%), em Santa Catarina (3,7%), no Piauí (2,3%), em Rondônia (10,6%) e em Sergipe (0,3%). Os declínios nas estimativas da produção são esperados para o Mato Grosso (-0,6%), para o Maranhão (-0,1%) e para o Pará (-13,3%).
Prognósticos
O primeiro prognóstico para a produção de feijão para 2025, considerando-se as três safras, é de 3,3 milhões de toneladas, aumento de 5,3% em relação à safra colhida em 2024. A 1ª safra deve produzir 1,1 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,4 milhão de toneladas e a 3ª safra, 782,0 mil toneladas. Essa produção provavelmente deve atender ao consumo brasileiro em 2025, não havendo a necessidade da importação do produto.
A estimativa para a produção de milho é de 115,9 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação à safra colhida em 2024. Esse valor representa um crescimento na produção do milho 1ª safra de 9,1%, reflexo da elevação significativa no seu rendimento médio (11,4%). Apesar do clima desfavorável para a produção do milho em 2024, quando declinou substancialmente em relação a 2023, para a nova safra, de 2025, pesa desfavoravelmente a ampliação dos cultivos e o preço pouco atrativo do cereal. Além disso, em algumas unidades da federação produtoras, as chuvas demoraram a chegar, adiando o plantio da soja, o que pode reduzir a “janela de plantio” para o milho durante a 2ª safra.
Para o milho 1ª safra a estimativa é de uma produção de 24,9 milhões de toneladas, um crescimento de 9,1% em relação à safra de 2024, com declínios de 2,1% na área a ser colhida e crescimento de 11,4% no rendimento médio das lavouras. Já para o milho 2ª safra a estimativa da produção é de 91,0 milhões de toneladas, declínio de 1,8% em relação a 2024, com aumento de 0,3% na área a ser plantada e decréscimo de 2,1% no rendimento médio, 5 436 kg/ha.
Safras de 2024
A primeira estimativa de produção para 2025 indica que a produção de soja deve ter aumento de 10,9% em relação a 2024, totalizando 160,2 milhões de toneladas, o que caracterizaria novo recorde na produção nacional da leguminosa, superando a produção registrada no ano de 2023. Além do elevado volume previsto, o salto na produção se dá, também, por conta do incremento esperado de 9,8% no rendimento médio, totalizando 3 475 kg/ha, e de uma base comparativa mais baixa, após a produtividade média no país registrar queda na safra anterior.
A estimativa de outubro para a safra 2024 de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 293,8 milhões de toneladas, com queda de 6,9% (ou menos 21,6 milhões de toneladas) frente à safra 2023 (315,4 milhões de toneladas). Em relação a setembro, houve decréscimo de 1.368.218 toneladas (-0,5%).
Áreas
A área a ser colhida (78,7 milhões de hectares) cresceu 1,1% frente a 2023 (mais 864.711 hectares) e 0,0% (mais 27.382 hectares) frente a setembro.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 92,1% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Frente a 2023, houve acréscimos de 15,9% na área do algodão herbáceo (em caroço), de 5,7% na do arroz em casca, de 6,7% na do feijão, de 3,3% na da soja, ocorrendo declínios de 3,3% na área do milho (reduções de 9,5% no milho 1ª safra e de 1,4% no milho 2ª safra), de 11,8% na do trigo e de 1,6% na do sorgo.
Na produção, houve aumentos de 14,5% no algodão herbáceo (em caroço), de 2,8% no arroz, de 5,3% no feijão e de 5,3% no trigo. Já a soja (-4,9%), o milho (-11,9%, sendo -17,6% no milho 1ª safra e -10,3% no milho 2ª safra) e o sorgo (-8,7%) apresentaram quedas.
A estimativa de outubro de 2024 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 293,8 milhões de toneladas, 6,9% menor do que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), redução de 21,6 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, houve declínio de 1 368 218 toneladas (-0,5%). A área a ser colhida foi de 78,7 milhões de hectares, apresentando aumento de 864 711 hectares frente à área colhida em 2023, crescimento de 1,1%. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou aumento de 27 382 hectares (0,0%).
Para a soja, a estimativa de produção foi de 144,5 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 115,5 milhões de toneladas (22,8 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 92,7 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,6 milhões de toneladas, a do trigo em 8,2 milhões de toneladas, a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,9 milhões de toneladas, e a do sorgo, em 3,9 milhões de toneladas.
Estimativas de produção
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para a Região Norte (12,5%), sendo que para as demais a variação foi negativa: a Sul (- 1,1%), a Centro-Oeste (-10,5%), a Sudeste (- 15,8%) e a Nordeste (-4,0%). Quanto à variação mensal, apresentaram estabilidade a Norte (0,0%) e a Sudeste (0,0%). A Nordeste (-0,2%), a Sul (-0,4%) e a Centro-Oeste (-0,7%) apresentaram declínio.
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,3%, seguido pelo Paraná (12,8%), Rio Grande do Sul (12,0%), Goiás (10,7%), Mato Grosso do Sul (6,8%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,2% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (49,1%), Sul (26,9%), Nordeste (8,8%), Sudeste (8,8%) e Norte (6,4%).
As principais variações positivas absolutas nas estimativas da produção, frente ao mês anterior, ocorreram no Maranhão (20 573 t), no Amazonas (14 689 t), em Rondônia (8 790 t), em Goiás (7 663 t) e no Rio de Janeiro (26 t). As variações negativas aconteceram no Mato Grosso do Sul (-1 018 673 t), no Paraná (-244 800 t), no Ceará (-65 158 t), no Rio Grande do Sul (-50 407 t), em Tocantins (-31 975 t), em Alagoas (-6 108 t), em Minas Gerais (-1 667 t), em Pernambuco (-608 t), no Rio Grande do Norte (-515 t) e no Acre (-48 t).