RIO ? Um relatório da Sociedade de Zoologia de Londres divulgado esta semana alerta que o guepardo, um dos mamíferos mais rápidos do mundo, está em risco de desaparecimento. Estima-se que existem apenas 7.100 espécimes na natureza.
Os guepardos transitam cada vez mais fora de áreas protegidas, entrando em conflito com os seres humanos. Os autores do relatório pedem para a espécie seja rebaixada da categoria ?vulnerável? para ?ameaçada de extinção?.
De acordo com o estudo, mais de metade dos guepardos vive em uma população que se espalha por seis países no Sul da África. A espécie foi praticamente dizimada na Ásia. Um grupo inferior a 50 indivíduos permanece no Irã.
Em busca de presas, o guepardo percorre áreas muito distantes de parques e reservas, ficando, assim, na mira de caçadores. Seu hábitat também tem sido cercado por culturas agrícolas. No Zimbábue, por exemplo, a população do felino caiu de 1.200 para 170 animais em apenas 16 anos.
? A grande demanda de espaço para o guepardo, somada à complexa gama de ameaças enfrentadas pela espécie na natureza, mostram a possibilidade de que seja muito mais vulnerável à extinção do que se pensava anteriormente ? comenta Sarah Durant, da Sociedade Zoológica de Londres, e autora principal do relatório.
Indivíduos jovens da espécie valem até US$ 10 mil no mercado negro. De acordo com o Fundo de Conservação dos Guepardos, cerca de 120 filhotes teriam sido levados ilegalmente para fora da África nos últimos dez anos. Aproximadamente 85% morreram durante a viagem.