RIO ? Os terremotos que atingiram a Itália em agosto do ano passado, deixando cerca de 300 mortos e destruindo a Basílica de São Bento, do século XIV, em Norcia, deixaram em estado de alerta os responsáveis por preservar os tesouros históricos de Florença. Segundo o ArtNewspaper, os desastres reavivaram o debate sobre os tornozelos frágeis do David de Michelangelo (1501-04), na Galleria dell’Accademia.
O problema foi relatado em 2014 por geocientistas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, receosos que micro-fraturas fizessem a estátua de cinco toneladas desabar sob seu próprio peso. Como solução, o arquiteto Fernando De Simone pede que a prefeitura de Florença crie um museu anti-sísmico para abrigar algumas das principais obras da cidade “antes que seja tarde demais”.
O campanário de Giotto, na praça do Domo, também passará por uma análise completa de suas fundações, materiais de construção de estabilidade sísmica. O estudo mapeará fissuras na estrutura de 85 metros de altura e deve ficar pronto até novembro de 2017.
Além disso, a diretora da Galleria dell’Accademia, Cecile Hollberg, discutiu a elaboração de um plano de preservação em caso de terremotos com Dario Franceschini, ministro da cultura italiano. Em dezembro, a União Europeia disponibilizou 30 milhões de euros do seu fundo de solidariedade ? o maior valor possível ? para apoiar os esforços de reconstrução em curso nas regiões centrais.