ASSUNÇÃO – Em contraponto ao dia de aniversário do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner (que governou o país de 1954 a 1989), o Senado do país aprovou na quinta-feira uma lei que ordena a retirada de placas e inscrições com seu nome de edifícios públicos. Morto em Brasília, em 2006, ele foi alvo de críticas do projeto por causa da repressão e de crimes contra a economia do país..
Segundo a lei, proposta por partidos de oposição ao governo de Horacio Cartes (centro-direita), em substituição às inscrições com o nome de Stroessner “deverão ser colocadas mostras de homenagem que façam menção e tenham relação com personalidades, lugares e fatos históricos que mereçam ser recordados pela cidadania.
“Muitos edifícios públicos, entre eles numerosos estabelecimentos educacionais, foram realizados em tempos de terror, estado de sítio, confinamentos, exílio, tortura e morte de centenas de compatriotas”, diz o projeto. “Estes delitos de lesa-Humanidade se somam aos grosseiros superfaturamentos nas obras públicas, a entrega de nossos valiosos recursos naturais, as negociatas de toda índole que significaram imensos prejuízos ao Estado paraguaio e o enriquecimento ilegal de muitos.”
O ex-ditador nasceu em 3 de novembro de 1912 e acabou exilado no Brasil após um golpe de Estado em 1989. Na capital, morreu aos 95 anos, em agosto de 2006.