Cotidiano

Milton Schahin fecha acordo de delação premiada com o MPF

SÃO PAULO – Milton Schahin, um dos donos do grupo Schachin, fechou acordo delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). As tratativas ainda precisam ser homologadas pela Justiça Federal. Ainda não há informações oficiais sobre o a multa a ser paga por Milton, já que o MPF ainda não se pronunciou sobre o assunto. Contudo, o portal G1 apurou que o valor é de R$ 7 milhões.

O grupo Schahin é investigado na Lava-Jato por um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Ináscio Lula da Silva. O dinheiro teria sido repassado ao PT. Como forma de compensação, o Grupo Schahin fechou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para operar a sonda Vitória 10.000. Segundo a força-tarefa, a dívida nunca foi paga. A defesa de Bumlai chegou a informar que a transação foi paga com sêmen de boi.

Milton foi condenado na Lava-Jato a 9 anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e gestão fraudulenta.

IRMÃO DE MILTON TAMBÉM É DELATOR

Irmão de Milton, Salim Schahin já havia feito delação premiada em novembro de 15. Ele é pai de Carlos Eduardo Schahin, que presidiu o banco da família e foi condenado em julho do ano passado por manter recursos não declarados em uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. A instituição acabou sendo vendida ao BMG em 2011. A gestão do banco acabou criando atritos entre os irmãos Salim e Milton, cujo filho Fernando Schahin, foi responsável pelos empréstimos do banco e quem teria intermediado o repasse a Bumlai.

A partir do empréstimo, Fernando também passou a ser interlocutor constante nos negócios do grupo com a Petrobras. O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse que acertou com Bumlai o pagamento de US$ 5 milhões ao ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e outros dois ex-gerentes da estatal para garantir que os contratos de operação do navio-sonda Vitória 10.000 ficasse com o grupo Schahin. Sem a anuência dos funcionários da estatal, o negócio não conseguiria ser concretizado, daí a necessidade de pagamento de propina. Segundo ele, o pagamento à Diretoria Internacional teria sido tratado diretamente por Fernando Schahin.

Em abril de 2015 ano, depois que a Operação Lava-Jato chegou à Schahin, o grupo pediu recuperação judicial para 28 empresas do conglomerado. O processo envolve um passivo de R$ 6,5 bilhões.