Cotidiano

BNDES terá programa para refinanciamento de devedores em 2017

INFOCHPDPICT000056828393-629.jpgRIO – O BNDES vai abrir um programa de refinanciamento para empresas que estão inadimplentes ou cujo prazo para quitação da dívida está próximo de vencer, informou nesta terça-feira o diretor de exportação, operações indiretas e recurso humanos do banco, Ricardo Ramos. A linha será voltada exclusivamente para empresas que tomaram crédito no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado no governo Lula para estimular a economia, e do Programa Emergencial de Reconstrução (PER), para áreas que sofreram desastres naturais.

A expectativa é que haja renegociação de até R$ 10 bilhões. Hoje, o saldo devedor – incluindo dívidas vencidas e a vencer – soma cerca de R$ 100 bilhões, a maioria de micro, pequenas e médias empresas. O programa de refinanciamento terá início em fevereiro de 2017.

O programa será restrito a empresas que tomaram crédito dentro das chamadas operações indiretas, que são intermediadas por agentes financeiros. Nesses casos, o BNDES não assume o risco do crédito – este fica com os bancos repassadores. Ou seja, se o cliente der calote, quem fica sem receber são os bancos. Ainda assim, o BNDES entendeu que, devido à situação da economia, era algo necessário.

– Estamos mais olhando a economia. Para o BNDES, não tem inadimplência – disse Ramos.

MAIS PRAZO, JURO MAIOR

Não está definido qual o novo prazo para o refinanciamento, mas as condições financeiras não serão tão boas quanto eram as do PSI. Neste, os juros variaram de 2,5% ao ano a 5,5% ao ano. Agora, a base será a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está 7,5% anuais. Na prática, as empresas terão mais tempo para pagar o banco, porém a taxa maiores.

O PSI foi um dos principais programas do governo Lula para combater os efeitos da crise econômica global de 2008. Entre 2009 e 2015, foram mais de R$ 400 bilhões transferidos do Tesouro Nacional para o BNDES para esse programa. Agora, o não haverá recursos do Tesouro, o refinanciamento será feito com recursos do orçamento do banco. O PSI foi encerrado em dezembro de 2015, mas muitas empresas estavam com dificuldade para quitar os débitos.