BRASÍLIA – A devolução de R$ 100 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional vai permitir que a dívida bruta (principal indicador de solvência observado pelo mercado internacional) tenha uma redução imediata de 1,6 ponto percentual. Com isso, o valor deve passar de 70,7% para 69,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).
O BNDES tem uma dívida com o Tesouro devido a aportes feitos no banco nos últimos anos para estimular o setor produtivo. Os recursos deveriam ser usados em empréstimos subsidiados e pagos pela instituição ao Tesouro gradualmente. No entanto, o governo negociou com o BNDES a devolução antecipada de R$ 100 bilhões. Como essa é uma receita financeira, ela será usada para reduzir a dívida.
Segundo a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, a devolução terá um impacto total de R$ 137,253 bilhões na dívida bruta. Desse total, R$ 100 bilhões são da própria operação e outros R$ 37,253 bilhões em subsídios implícitos que estavam embutidos nesse valor e que foram trazidos a valor presente pela equipe econômica. Assim, no total, o impacto ao longo do tempo será de 2,2 pontos percentuais.