Agronegócio

Criação de tilápia no lago de Hidrelétrica de Salto Osório alavanca piscicultura do Paraná

Criação de tilápia no lago de Hidrelétrica de Salto Osório alavanca piscicultura do Paraná

São Jorge D´Oeste – Os reservatórios da Usina Hidrelétrica de Salto Osório, no Rio Iguaçu, estão ajudando a impulsionar a piscicultura do Paraná, que é o maior produtor de peixe de cultivo do Brasil. O governador em exercício Darci Piana participou nesta semana da inauguração do Píer e do sistema Bioflocos da Alpha Fish, que iniciou em 2021 a produção de tilápia em tanques-rede em São Jorge D’Oeste, no Sudoeste.
Os tanques-rede são estruturas flutuantes utilizadas para o confinamento de peixes em reservatórios ou cursos d’água, permitindo a produção em alta densidade ao mesmo tempo que mantém a qualidade da água. A empresa paranaense recebeu a outorga do Ministério da Agricultura e Pecuária para explorar um milhão de hectares de água em 12 áreas do lago da usina, com a expectativa de produzir 30 mil toneladas de tilápia até 2030.
“Quase um terço da produção de peixes de água doce é daqui do Paraná, e é a tilápia que puxa esse volume. Com esse empreendimento em São Jorge D’Oeste, o Estado vai incrementar ainda mais a produção da piscicultura”, salientou Piana. “É mais um investimento que abre grandes oportunidades de emprego e renda, além de movimentar a cadeia produtiva da região, com a perspectiva de vender para o mundo inteiro”.
A instalação da primeira área acaba de ser concluída e a empresa avança para a implantação da segunda, que vai elevar a produção de 1,2 mil toneladas por ano para 6,6 mil toneladas/ano, o que equivale a 20% da capacidade prevista. O Píer, que é a unidade de recria e engorda dos peixes, conta com 170 tanques em funcionamento e deve chegar a 480 tanques em 2024. A estrutura completa prevê 3.750 tanques-rede nas 12 áreas de exploração.
Paralelamente, a Alpha Fish inicia um novo empreendimento na cadeia da piscicultura, com a instalação do sistema Bioflocos, dedicado à etapa de cria. Os bioflocos são partículas orgânicas que ficam suspensas na água e formam um pequeno ecossistema com uma série de organismos. Ao mesmo tempo que serve de alimento, ela ajuda a filtrar as impurezas da água. “É um sistema inovador para a criação de peixes, que é utilizado no camarão, já foi tentando anteriormente nos pescados, mas sem sucesso, e que agora estamos conseguindo fazer dar certo”, explicou o diretor-presidente da Alpha Fish, Gilson Tedesco.
A produção nacional de peixes atingiu novo recorde de 617,3 mil toneladas e valor de produção de R$ 5,7 bilhões em 2022, de acordo com o IBGE. O Paraná respondeu por 27,1% da produção nacional e por 75,7% da região Sul. Foram 161,5 milhões de toneladas de tilápia produzidas pelo Paraná no ano passado, atingindo um Valor Bruto de Produção de R$ 1,1 bilhão.