Agronegócio

Crédito mais caro e necessidade de tecnologia aumentam a procura por consórcio de máquinas agrícolas

Modalidade se torna opção especialmente para produtores rurais de pequeno e médio portes, que precisam modernizar suas fazendas
Modalidade se torna opção especialmente para produtores rurais de pequeno e médio portes, que precisam modernizar suas fazendas

Um levantamento da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, aponta que 50% do parque industrial agrícola brasileiro tem mais de dez anos de uso.

Para aumentar a rentabilidade do produtor rural e tornar a produção mais sustentável, as máquinas antigas precisam ser trocadas por outras mais modernas e tecnológicas, que oferecem novas possibilidades para a lida no dia a dia do campo.

Entretanto, os juros constantemente em alta, encarecendo o acesso ao crédito, produtores rurais de pequeno e médio portes precisam procurar novas alternativas para adquirir suas máquinas.

Uma das opções que tem se mostrado mais acessível é o consórcio. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que as vendas de novas cotas no segmento de pesados, que incluem tratores, máquinas e implementos agrícolas, cresceram mais de 50% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2021.

Já o volume de créditos comercializados aumentou 12,5% nos oito primeiros meses do ano, somando mais de R$ 25 bilhões vendidos no período, comprovando a demanda por parte dos produtores.

Este aumento pelo interesse em comprar máquinas a partir de consórcio é percebido também pela Jacto Máquinas Agrícolas, empresa sediada em Pompéia/SP.

De acordo com Guilherme dos Reis, responsável pelo Consórcio Jacto, houve aumento de 35% na aquisição de cotas de consórcio de maquinários de pequeno porte, com crédito médio em torno de R$ 120 mil, quando comparado o período de janeiro a outubro de 2022 com o ano anterior.

A demanda por esta categoria está tão em alta que a empresa decidiu pela abertura de um novo grupo entre os interessados em máquinas de porte menor, com planos a partir de R$ 23 mil, com 18 a 24 meses para pagar, oferecendo contemplações mensais por sorteio e por lance.

Para Guilherme, o que explica esse interesse é o aumento constante dos juros, a falta de crédito da linha Moderfrota, principal programa para aquisição de máquinas e implementos agrícolas do Plano Safra, e a necessidade eminente de modernizar a produção.

“Outro benefício é a vantagem do planejamento. O consorciado já sabe os valores das parcelas, além de não descapitalizar o seu dinheiro, que pode ser investido em outras necessidades da propriedade”, reforça o especialista.

Os planos são acessíveis a diferentes perfis de produtores rurais e também tipos de máquinas que pretendem adquirir.