Apesar de já ter avançado muito, o número de transplantes de órgãos e tecidos no Brasil ainda possui grande potencial de crescimento. O que freia a alavancagem ainda são alguns estigmas que há entre a população. A recusa familiar é o principal motivo que impede um aumento significativo na doação de órgãos. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em todo o território nacional, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes em 2021.
Em Cascavel, os registros do Banco de Olhos apresentam um número superior. Localmente, o índice de recusas para a doação de córneas chega a 46%.
Informação
E é justamente para levar conhecimento que tradicionalmente, no Dia de Finados, a equipe do Banco de Olhos de Cascavel realiza ações nos principais cemitérios de Cascavel. “É um dia de grande visitação, onde encontramos o público sensível para receber a informação e esclarecer dúvidas sobre a doação de órgãos. Aproveitamos o feriado para colocar nossos especialistas à disposição da população. É um serviço de utilidade pública e que pode devolver a visão a quem está na fila do transplante”, explica Selma Miyazaki, diretora-técnica do Banco de Olhos.
No caso das córneas, o preconizado é que os tecidos oculares sejam retirados até seis horas após o falecimento e, por isso, o Banco de Olhos precisa entrar em ação rapidamente. “Temos investido na conscientização, para que a doação de órgãos e tecidos seja tratado entre as famílias. Quando a decisão é comunicada, não há dor emocional no processo de decisão. Decidir ser um doador é um ato de amor ao próximo”, salienta a oftalmologista.
O Banco de Olhos de Cascavel está em funcionamento há 16 anos e é referência no Estado. As captações acontecem em vários municípios da região e as córneas são transplantadas em pacientes de diversas cidades, obedecendo a fila da Central Estadual de Transplantes. Desde o início das atividades, em 2006 foram realizadas 6.645 doações de córneas. Em 2022, de janeiro a setembro, 231 pessoas saíram da fila de espera depois de passar pelo transplante de córnea.
Crédito: Assessoria