Agronegócio

Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2022 é estimado em R$ 1,2 trilhão

As retrações mais fortes ocorrem em carne suína e de frango, com preços em nível mais baixo do que em 2021

Conheça as tendências salariais no setor agro. Descubra as remunerações para cargos como CEO, diretor financeiro e coordenador comercial - Foto: Arquivo
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Brasília – A estimativa do VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de 2022, com base nas informações de janeiro, é de R$ 1,204 trilhão, 4,3% maior em relação ao ano passado (R$ 1,154 trilhão). O crescimento do valor das lavouras foi de 10,3% e a pecuária teve retração de 8,6%. A contribuição das lavouras ao VBP é de 72%, e da pecuária, 28%.

Um conjunto amplo de produtos mostra contribuição favorável para o crescimento da agropecuária neste ano. As expectativas de produção são boas em geral, e os preços são favoráveis para muitos produtos, como algodão, café, amendoim, cana-de-açúcar, laranja e milho. Destacam-se algodão com crescimento real do VBP de 35,1%, amendoim 14,2%, banana 16,9%, café 64,1% cana-de-açúcar 31,6%, laranja 7,0%, milho 21,9%, e tomate, 21,4%. Esses resultados, até mesmo excepcionais de alguns produtos, colocam esse grupo em grande destaque, como responsável por puxar o crescimento neste ano.

Contribuições negativas, porém, têm sido observadas em arroz, batata-inglesa, cacau, soja e uva, que vêm tendo redução de quantidades produzidas e de preços. Alguns destes, como arroz e soja, sofreram influência direta das secas no Sul.  Com resultados menos favoráveis, a pecuária apresenta uma retração no crescimento, observada em carne bovina, frangos, suínos e ovos.

As retrações mais fortes ocorrem em carne suína e de frango, com preços em nível mais baixo do que em 2021.

 

Impactos da estiagem

Os resultados regionais do VBP mostram alguns impactos da seca ocorrida no Sul, que atingiu principalmente o Rio Grande do Sul e o Paraná. As lavouras mais afetadas foram a soja e milho, embora haja também um impacto nas criações, devido à redução da oferta de alimentos. Mesmo as áreas irrigadas sofreram o impacto, como as lavouras do arroz. No Rio grande do Sul, onde predomina o arroz irrigado, a queda de produção foi de 10,3%. Nas lavouras de milho a redução de produção foi de 32,0%, e da soja, 33,9%, segundo a Conab.

No Paraná, a produção das lavouras também teve redução. A soja teve uma quebra dada pela diferença entre 19,8 milhões de toneladas em 2021 para 13,2 milhões em 2022, por sua vez, o VBP desse produto caiu de R$ 87,5 bilhões para 83,7 bilhões. O Paraná, que ocupava o segundo lugar no ranking dos valores do VBP por estado, cedeu lugar a São Paulo, que obteve melhoria devido aos bons resultados de cana-de-açúcar, café e laranja. O pior desempenho que vem ocorrendo no Paraná deve-se também aos resultados da pecuária, que mostram forte redução neste ano, principalmente carne de frango.

 

O que é o VBP

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), da FGV (Fundação Getúlio Vargas). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

 

Prorrogada consulta sobre as regras da alimentação animal

 

Brasília – O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) prorrogou por 60 dias o prazo da consulta pública que trata da proposta de revisão do Decreto n.º 6296/2007, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização de produtos destinados à alimentação animal. A revisão busca promover a modernização da área de alimentação animal. Entre as mudanças estão a nova classificação de estabelecimentos, novas exigências para registro, alteração de registro de estabelecimento, registro e isenção de registro para produtos, incluindo alterações relacionadas aos produtos que são de uso na alimentação humana passíveis de uso na alimentação animal, e aqueles registrados em outras áreas do Ministério.

O documento ainda inclui os novos procedimentos que dividem a responsabilidade entre órgão fiscalizador e agente fiscalizado, artigos relacionados ao trânsito nacional e internacional de produtos para a alimentação animal, as diretrizes para importação e exportação, e a inclusão do conceito de programa de autocontrole.

“A prorrogação do prazo para as manifestações se faz necessária para que a nova proposta de regulamentação possa ser mais bem avaliada e discutida pelo setor”, avalia a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana.

As sugestões tecnicamente fundamentadas deverão ser encaminhadas por meio do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), da Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman.