O Rio Mourão, localizado no município de Campo Mourão, recebeu duas ações de repovoamento da fauna aquática nesta sexta-feira (3), totalizando 300 mil novos peixes nativos. Pelo Programa Rio Vivo, desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), 250 mil peixes foram soltos no local, dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí.
Outros 50 mil peixes foram adquiridos pela empresa que administra a Usina Hidrelétrica Mourão, como condicionante pela exploração do local. Rodeada por chácaras particulares, a Represa Mourão é ideal para o turismo aquático, pesca e passeios.
“É uma área em que o lazer existe, mas o turismo está crescendo cada vez mais, com pousadas, hotéis e loteamentos”, destacou o secretário da pasta ambiental do Estado, Márcio Nunes. Ele lembrou, ainda, que a utilização do entorno da Represa Mourão atende a Resolução Sedest nº 023/2019, que disciplinou o uso dos reservatórios de água artificial.
“O Paraná é o único Estado que disciplina a utilização dos espaços em reservatórios de águas artificias, como o tamanho da rampa, o muro de arrimo, o trapiche, desde o tamanho até o material que pode ser utilizado”, completou.
O Rio Vivo faz um estudo de que peixe deve ser solto em cada Bacia Hidrográfica e também uma análise genética dos peixes. O programa já contribuiu com 1,2 milhão de peixes nativos desde a Resolução nº 10/2021, que define normas de estocagem e repovoamento dos rios do Paraná.
Até o final da temporada de verão, este índice deve chegar a 2,6 milhões de novos peixes nas Bacias Hidrográficas dos rios Ivaí, Paraná, Paranapanema e Iguaçu.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL – No evento, o secretário destacou, ainda, que o programa estadual é completo, com ações de repovoamento e educação ambiental. “A comunidade é envolvida ajudando a soltar os peixes e, assim, se conscientizando sobre a importância da preservação a vida na água. Repovoar os rios é muito importante, mas a educação ambiental é fundamental”, disse.
Os eventos de soltura também contam com a participação de estudantes que, além de repovoar os rios, plantam mudas de árvores nativas às margens do local, o que também contribui para a recuperação das nascentes.
O Rio Vivo apoia torneios e campeonatos de pesca, onde os participantes contribuem com o repovoamento dos rios, plantio de árvores nativas e limpeza das águas do Paraná, com o recolhimento de lixo.
Além de estudantes de escolas de Campo Mourão, o evento contou com a participação do Corpo de Bombeiros e Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde (BPAmb) e do Distrito 4630 do Rotary Club.
O governador do Rotary na região, Wilson Pereira de Godoy, ressaltou das ações ambientais realizadas em parceria com a Sedest, como a soltura de peixes e o plantio de árvores nativas. “Agradecemos essa oportunidade de soltar peixes e plantar árvores. São ações muito importantes nesse mundo em que vivemos. Passo por 66 cidades do Paraná em visitas oficiais e sempre encontro árvores nativas destinadas pela secretaria para o reflorestamento. Estamos juntos para proteger a natureza”, disse.
LAGO AZUL – A Represa Mourão integra o Parque Estadual Lago Azul. A Central Hidrelétrica Mourão foi idealizada em 1949 com a finalidade de atender ao grande desenvolvimento de algumas localidades situadas no Norte do Paraná. Com a instalação da Usina, o seu reservatório bem como seu entorno, passaram a constituir-se em um patrimônio natural de grande potencial turístico e de recreação para a região.
O Parque Estadual Lago Azul, concretizado pelo Decreto nº 3.256 de 30 de junho de 1997, foi uma das soluções para amenizar os impactos gerados pela exploração no local. A área do parque, de mais de 1,8 mil hectares, fica localizada nos municípios de Campo Mourão e Luiziana.
A Unidade de Conservação é uma zona de transição de florestas e é formada por dois tipos: a estacional semidecidual, onde predominam espécies como perobas, cedros e ipês; e a floresta ombrófila mista, reino da araucária e espécies a ela associadas.
Entre os atrativos do local, estão a Trilha Aventura, com 3,2 mil metros de extensão, e a Trilha Peroba, com 3,8 mil metros.
(AEN)