São Paulo – Em linha com o esperado pelo mercado, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve inalterada a taxa dos Estados Unidos entre 0% e 0,25% ao ano. A decisão foi unânime e a reação do mercado positiva. Nesse cenário, o dólar cedeu ante o real, em baixa de 1,31%, a R$ 5,1099. Já a Bolsa subiu 1,34%, aos 126.285,59 pontos.
A avaliação é de que a manutenção por mais tempo de estímulos monetários nos Estados Unidos e o impacto, por ora, reduzido da cepa Delta sobre a recuperação da economia global podem aumentar o apetite por ativos de risco – o que favorece a Bolsa brasileira. O grande bode na sala ainda é a indefinição em torno da reforma do Imposto de Renda, que gera temores de remessas antecipadas de lucros e dividendos e inibe o investimento estrangeiro direto.
A moeda americana fechou no menor valor desde 14 de julho. Na máxima, bateu em R$ 5,1925 e na mínima, R$ 5,1059. A moeda para agosto caiu 1%, a R$ 5,1195.
O real, que costuma apanhar mais em dias negativos no exterior, ontem liderou o ranking das valorizações entre moedas emergentes. O índice DXY – termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes – virou de mão e passou a cair após fala de Jerome Powell, presidente do Fed.
Na coletiva, Powell afirmou que a alta atual dos preços “não deve deixar marca permanente no processo de inflação” e que não há decisão sobre o momento de início da redução de compra de ativos (tapering), ponto de divergência entre dirigentes do Fed.
O presidente do Fed ressaltou também que a “economia americana ainda está longe de atingir as metas, em especial do lado do emprego, reforçando mais uma vez a necessidade da manutenção dos estímulos”, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, a ausência de alterações no discurso do Fed foi um “não evento” muito positivo e o real tende a ser beneficiado.