São Paulo – Após a intensa polêmica nacional sobre a fostoetanolamina sintética, a chamada fosfo e “pílula do câncer”, o diretor-geral do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), Paulo Hoff, sugeriu que não vai mais conduzir pesquisa com o produto. Ele apresentou, no 20º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, realizado no Rio de Janeiro, os resultados decepcionantes dos testes em seres humanos, patrocinados pelo Estado de São Paulo.
Conforme os números apresentados, de 73 testes com pacientes, apenas um teve resultado positivo parcial.
Os testes começaram a ser feitos por determinação do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que no fim do ano passado prometeu ao criador da fosfo, o professor aposentado da USP Gilberto Orivaldo Chierice, colocar “à disposição toda a estrutura do Estado, como hospitais, institutos de pesquisa (…) para ajudar na conclusão das etapas para aprovação final da substância”.
Ainda em março Hoff anunciou que não iria mais incluir pacientes no estudo, por conta da ineficácia constatada até então. Na época, aventou a possibilidade de o estudo ser retomado após ajustes metodológicos – na dosagem ou na distribuição da droga, por exemplo.
Agora, conforme o site especializado em notícias médicas Medscape, nem mesmo essas alternativas animam mais os pesquisadores do Icesp. Hoff teria se referido ao resultado como “extremamente desapontador” e dito que sua equipe “tem muito pouco interesse em continuar” o trabalho com a fosfo.
A pressão política continua com uma CPI instaurada na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar supostas “falhas” no trabalho no Icesp.