Saúde

Para abrir UTI Covid, HU restringe internamentos e sobrecarrega Pronto-Socorro

A sobrecarga no PS aconteceu devido à restrição de leitos de enfermarias de duas alas gerais, para liberar profissionais necessários para atender na UTI

Para abrir UTI Covid, HU restringe internamentos e sobrecarrega Pronto-Socorro

 

 

Cascavel – A abertura de oito leitos de UTI Covid no HU (Hospital Universitário) de Cascavel, anunciados na última semana pelo governo do Estado, trouxe uma nova preocupação para a administração do hospital. O diretor-geral da unidade, Rafael Muniz de Oliveira, afirmou ontem que, no início da tarde, havia 27 pacientes no PS (Pronto-Socorro) esperando por leitos e outros três aguardavam consulta. O local tem estrutura para 21 pessoas.

“Essa lotação no PS tem preocupado. Nós tivemos que restringir o recebimento de pacientes em outros leitos para que os servidores possam ser remanejados e atuarem nos novos leitos covid-19. Com isso, nós já começamos a reduzir o número de pacientes no hospital para que, na quinta-feira, quando os leitos abrirem, possa ter servidores para atender e o hospital não esteja lotado”, explica Rafael.

A sobrecarga no PS aconteceu devido à restrição de leitos de enfermarias de duas alas gerais, para liberar profissionais necessários para atender na UTI.

Segundo ele, o impacto da lotação do PS será discutido hoje (15) com representantes do governo do Estado. “Nós nos colocamos à disposição para abrir os oito leitos de UTI, mas não há como manter esses que já foram restringidos. É que os novos servidores contratados só podem começar a trabalhar no início de janeiro, por uma questão burocrática mesmo. Então, é opção do Estado ampliar agora ou esperar para janeiro”, resume.

Outro fator que será levado em conta na análise é a capacidade das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de receber pacientes clínicos, com traumas ou covid. Isso porque, se o HU reduzir as alas, pode haver sobrecarga nas UPAs.

A abertura de outros 14 leitos de UTI no Hospital Moacir Micheletto também deve ocorrer esta semana, ampliando as vagas na Macrorregional Oeste, mas o HU é referência para os pacientes mais graves. “Os pacientes mais graves, que demandam hemodiálise, neurologista e cardiologista, precisam vir para o HU. Em Assis, são tratados os menos graves, então a ampliação ajuda, sem dúvida, mas os mais graves continuarão sendo enviados para cá por conta da estrutura”, complementa.

A ampliação dos leitos foi anunciada após a lotação de vários hospitais da macrorregional, inclusive o HU e a Unidade em Assis, que colapsaram na semana passada.

Nessa segunda, na macrorregional, a ocupação de UTIs estava em 91%, com 16 leitos livres em toda a área, com população de quase 2 milhões de pessoas.

Já no Estado, a taxa de ocupação das UTIs SUS exclusivas para a doença era 89% e, pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de pacientes em UTI SUS superou a marca de mil. Das 1.120 unidades disponíveis no Paraná, 1.001 estão com pacientes. Somando leitos das redes pública e privada, havia 2.740 pacientes internados em UTIs com suspeita ou confirmação da covid-19.