Saúde

Prefeitura de Cascavel contesta dados em resposta ao Ministério Público

Segundo a resposta, mesmo que medidas mais rígidas sejam adotadas, os casos de covid-19 ainda vão continuar aumentando

Prefeitura de Cascavel contesta dados em resposta ao Ministério Público

A Prefeitura de Cascavel protocolou na noite dessa terça-feira (16), a resposta ao pedido de lockdown solicitado pelo Ministério Público. Nela, o município contesta os dados referentes a leitos e como está sendo tratada a pandemia de covid-19 na cidade.

No pedido, cinco promotores alegam que o quadro da covid-19 se agravou muito, o que eleva a situação de risco hipotético para risco concreto o que poderia colapsar ainda mais o sistema de saúde do município.

“Explicamos: a principal característica da pandemia de covid-19, é sua capacidade de ‘explosão de casos’ em dado momento. Por melhor que seja a estrutura sanitária disponível, se o número de casos novos explode, ou seja, acontece de forma descontrolada em curto espaço de tempo, o colapso é inevitável e, as mortes se multiplicam”, diz o documento, “agora, desgraçadamente, não se trata mais de uma hipótese e sim, a ocorrência presente da explosão de casos”, diz o documento.

O documento foi assinado pelos promotores Angelo Ferreira, Luciano Machado de Souza, Alex Fadel, Guilherme Carneiro de Rezende e Guilherme Gomes Pedrosa Schimin.

Em resposta, a Prefeitura informou que as medidas devem amenizar os casos e contesta os dados. Segundo o documento, o pedido do Ministério Público utiliza dados de ocupação de leitos de UTI/COVID errados, pois considera somente os leitos de Cascavel. Além disso, no documento o município alega que Cascavel tem a menor taxa de letalidade:

Diante disso, a referência feita pelo MPF de que as medidas de flexibilização “não estariam sendo eficazes na prevenção da contaminação” é muito subjetiva, até mesmo, porque até não existir uma vacina adequada para a prevenção, toda a população está exposta e irá conviver com a presença do vírus. Porém, um olhar mais atento aos dados do município de Cascavel mostra que no momento, em relação as principais cidades do Estado que já contabilizaram óbitos, Cascavel possui a menor taxa de letalidade.

A Secretaria de Saúde alega também que Cascavel apresenta risco alto e que as medidas apontadas pelo Ministério Público não se enquadram nas medidas de restrição manifestadas pelo Ministério Público e que o órgão não utiliza nenhum argumento científico para embasar a afirmação.

É lamentável e infeliz, com o devido respeito, a menção de que Cascavel seja responsável por colapsar o sistema de atendimento em toda macrorregião Oeste e de que o município ameniza a situação sob o contexto da alta ocupação de leitos em Cascavel e da baixa ocupação da macrorregião Oeste, por tudo que foi exposto em números e gráficos, e também porque:
– Cascavel NÃO está sob Gestão Plena do Sistema Municipal, e que a organização de leitos
hospitalares é de responsabilidade Estadual, conforme mencionado no preâmbulo desta petição;
– O Sistema de Saúde Público é organizado por regiões e Cascavel é parte dela, seja para receber
pacientes de outras cidades; seja para enviar pacientes para outras cidades, conforme mencionado
no preâmbulo desta petição;

– Antes mesmo da pandemia, Cascavel sempre teve uma taxa de ocupação de leitos de UTI adulto
de aproximadamente 100%, e não é difícil encontrar nas mídias as informações de que pacientes
aguardavam nas UPAs por dias até que uma vaga de UTI ou leito de enfermaria fosse liberado pela
Central de Regulação de Leitos;
– Necessário pontuar ainda, que se os 10 (dez) leitos de UTI do HUOP – Hospital Universitário do
Oeste do Paraná já em utilização, os novos 10 (dez) leitos já anunciados para início das atividades
ainda no mês de junho e os 10 leitos do Hospital de Retaguarda fossem colocados à disposição
apenas para o uso exclusivo de Cascavel, ou pelo menos, apenas da 10ª Regional de Saúde, neste
momento os residentes de Cascavel estariam ocupando apenas 30% dos leitos de UTI destinados a
COVID-19, o que realça mais uma vez a distância para a enfática manifestação de colapso do
sistema;

O município alega ainda que mesmo que Cascavel adote medidas rígidas de distanciamento, a contaminação continuará se expandindo já que pacientes de outros municípios utilizam o sistema de saúde da cidade.

Confira abaixo a resposta na íntegra: