Brasília – O turbilhão em Brasília ganhou mais um pouco de gasolina ontem, quando o decano do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Celso de Mello, pediu informações ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro apresentado em março pelos advogados José Rossini Campos e Thiago Santos Aguiar de Pádua. O Palácio do Planalto acompanha com preocupação os desdobramentos do caso na Suprema Corte.
Autores de um pedido de impeachment apresentado na Câmara, os advogados acionaram o Supremo para que os parlamentares sejam obrigados a analisar imediatamente se abrem ou não um processo contra o presidente da República. Rossini e Pádua alegam que Maia foi omisso até agora sobre o tema.
Na ação apresentada no STF, os advogados também cobram a divulgação do exame de covid-19 feito por Bolsonaro. Até agora, ao menos 23 pessoas da comitiva que acompanhou o presidente em viagem aos Estados Unidos, no mês passado, já foram infectadas pelo novo coronavírus. Bolsonaro informou nas redes sociais que o resultado de seus exames deu negativo, mas não divulgou os laudos.
O sinal de alerta do Planalto aumentou depois que a ação do STF foi sorteada para Celso de Mello, uma das vozes mais contundentes do tribunal contra o comportamento do presidente da República. A preocupação se elevou ontem, depois que o ministro decidiu incluir formalmente Bolsonaro na ação, além de determinar que Maia se manifeste no processo.
“Entendo prudente solicitar, no caso, prévias informações ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, que deverá manifestar-se, inclusive, sobre a questão pertinente à cosgnoscibilidade da presente ação”, escreveu o decano.