Cotidiano

Sem água: crise hídrica se agrava e Sanepar prevê novo rodízio

Desde 2010, o pior volume é de 2012, quando choveu 482 milímetros no mesmo período.

Sem água: crise hídrica se agrava e Sanepar prevê novo rodízio

Cascavel – Dados do acompanhamento do volume mensal de chuvas registrado pela Sanepar mostram que, neste ano, teve o menor acumulado de chuvas dos últimos dez anos em Cascavel. Juntos, janeiro e fevereiro somaram 354 milímetros, e em março ainda não houve chuvas significativas. Desde 2010, o pior volume é de 2012, quando choveu 482 milímetros no mesmo período.

A região ainda nem se recuperou do déficit de chuvas do ano passado e já se prepara para novo problema de abastecimento. A Sanepar emitiu alertas para que a população reduza o consumo de água, e, se não chover expressivamente nos próximos dias, será adotado rodízio no fornecimento de água em Cascavel.

De acordo com a Sanepar, trata-se da maior estiagem já registrada, uma vez que os mananciais e os poços ainda não recuperaram a vazão desde a estiagem registrada ano passado.

O gerente-geral da Sanepar, Renato Mayer Bueno, ressalta que “estamos num período de regime de chuvas inédito”. “Estamos passando por um momento de estiagem prolongada, enfrentando uma redução na vazão dos nossos mananciais. Por causa disso, a participação de todos é fundamental para superarmos esse período”, reforça.

Os Rios Cascavel, Peroba e Saltinho estão com os níveis de água mais de 20% abaixo do volume normal. Por isso, a Sanepar voltou a usar a água do Lago Municipal para abastecer a cidade. Mas o consumo também aumentou. A média registrada em fevereiro e março está em mais de 70 milhões de litros por dia, contra 66,9 milhões/l registrada ano passado.

Outros municípios

Conforme a Sanepar, o cenário é crítico em quase toda a região, e, onde ainda não é, chegaram ao limite da capacidade. Em Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu a vazão os poços está até 40% menor. Em Itaipulândia, a redução é de 5%.

Os sistemas de Santa Tereza do Oeste e o Distrito de Santa Maria, Matelândia, Céu Azul, Lindoeste, Santa Lúcia e o Distrito de Ibiracema, em Catanduvas, estão trabalhando no limite da capacidade em razão da perda de vazão nos mananciais. Guaraniaçu, Ramilândia e Vila Agrocafeeira também tiveram queda de vazão nos poços. Em Medianeira, o rodízio já é uma realidade desde o mês passado e deve ser ampliado. Lá, os poços e o Rio Alegria perderam mais de 50% da vazão, parte do abastecimento já é feita caminhões-pipa.

A instabilidade e falta de chuvas tem sido uma característica na região. Foz do Iguaçu teve apenas 88mm de chuva em fevereiro, contra 220mm no ano passado.