Agronegócio

Chuva atrapalha, mas colheita da soja avança no Paraná

A produtividade média até agora tem sido um pouco menor que a expectativa inicial

Chuva atrapalha, mas colheita da soja avança no Paraná

Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – As chuvas registradas nas regiões oeste e norte do Estado têm complicado a vida dos produtores rurais que já têm lavouras prontas para a colheita, por isso a expectativa do Deral (Departamento de Economia Rural) é de que até esta semana que se inicia a área colhida chegue a 10%. “Nessas duas regiões têm chovido com frequência e atrapalha um pouco o trabalho das máquinas no campo. Se o tempo colaborasse, poderia ter uma área maior colhida. A nossa expectativa é de que no fim de semana o tempo colabore e a colheita avance”, afirma o técnico do Deral Marcelo Garrido.

A produtividade média até agora tem sido de 3.590 kg por hectare, pouco menor que a expectativa inicial. “Esse é o resultado médio das primeiras áreas colhidas, aquelas que mais sofreram com a estiagem. Algumas lavouras, principalmente no oeste, foram mais prejudicadas. Em Cascavel, há lavouras com rendimento de 3.000 kg/hectare, em Toledo algumas áreas ficam abaixo disso. Mas acreditamos que as demais áreas não sofreram tanto com o clima e tenham rendimento maior e a média geral fique dentro do esperado”, explica Marcelo.

Ele ressalta que não deve haver quebra significativa e que, com o atraso no ciclo, a colheita deve ser finalizada no fim de março.

Área de milho pode ser menor

Com o atraso no clico da soja e milho primeira safra, o plantio do milho safrinha já foi impactado. A esperança dos produtores era uma possível prorrogação do período de semeadura, por 20 dias. O pedido feito por autoridade por ofício enviado ao Mapa (Ministério da Agricultura e do Abastecimento) foi uma tentativa de garantir que a mudança no período de zoneamento agrícola de risco climático, que protege os produtores em caso de acionar o seguro agrícola, garantisse que os produtores pudessem estar protegidos em caso de perda com a geada, por exemplo. “A resposta que recebemos foi negativa. Não foi autorizada a prorrogação em nenhuma região do Estado. Com isso, pode, sim, haver uma redução da área de milho plantada porque o produtor está à própria sorte. Ainda é cedo para saber qual vai ser o impacto… no mês de março já devemos ter um panorama mais definido sobre a área que será plantada”, antecipa o técnico Marcelo Garrido.

Ele não descartou ainda a possibilidade de a redução da área de milho refletir em um aumento na área de trigo no Estado.

Chuvas continuam

A previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) não é das melhores para os produtores. Até 21 de fevereiro, só não há previsão de chuva em três dias na região oeste do Estado. Na maioria deles, as chuvas devem ser típicas de verão: isoladas e passageiras, mas de 18 a 20 os volumes devem ser maiores e a temperatura deve baixar de quatro a seis graus centígrados nesse período.

Seguro Rural e Pecuário: Modalidade garante preços estimados e equilíbrio

 

Cascavel – A seguradora do Banco do Brasil lançou duas novidades que vêm para beneficiar o agricultor e o pecuarista. Em relação à agricultura, a novidade é a modalidade de seguro de faturamento, que passa a cobrir também o milho segunda safra. “O seguro de faturamento cobre a receita esperada do produtor. Ele tem uma variável de preço de mercado que, se houver perda ou queda de preço de soja, milho ou café, a seguradora indeniza a diferença. Essa modalidade ainda não se aplicada ao milho safrinha e agora estamos abrindo essa possibilidade, que era um pedido do Estado do Paraná e em especial da região oeste”, explica o superintende de seguros rurais da Brasilseg, Paulo Hora.

Já para a pecuária, a novidade é o lançamento desse mesma linha de seguro faturamento para o gado de corte. “O seguro faturamento pecuário, para gado de corte, que também tem a cobertura do faturamento esperado do pecuarista, o cálculo é feito com base na quantidade de animais e peso em relação ao preço futuro da arroba do boi. Travamos uma cobertura para esse faturamento que ele espera ter, similar ao que é feito com os grãos”, compara Paulo.

Ele afirma que é um lançamento-piloto na área e que a ideia é aproximar o setor. “A pecuária ainda está distante desse universo dos seguros, então é uma forma de aproximá-los. O governo vai subsidiar 40% do prêmio para pecuária, o que também estimula essa aproximação do setor com o seguro”.

Paulo lembra da variação do preço da carne registrada ano passado e afirma ser o momento ideal para estar atento ao mercado: “Como o valor da carne subiu muito no último ano, é hora de o pecuarista se proteger também em relação a uma possível variação futura. O grande papel do seguro rural é trazer estabilidade ao campo e, com isso, estabilizar o setor, diminuindo a gestão de risco, por isso essa modalidade também deve tomar grandes proporções”.

Crescimento do setor

O superintende de seguros rurais da Brasilseg, Paulo Hora, destaca o crescimento do setor ao longo dos anos. A Região Sul do País concentra 55% dos seguros agrícolas contratados e o restante vai para Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste. “A Região Sul lidera por dois fatores: área cultivada maior e variação de condições climáticas. Mas, de forma geral, o produtor também começou a ter uma visão mais clara sobre a importância do seguro. Para se entender o crescimento do mercado, tomamos como base os últimos 14 anos. Na safra 2004/2005, houve grandes perdas. Em 2006, a área segurada no País era bem pequena, próximo a 2 milhões de hectares. Em 2018 já estava perto de 8 milhões de hectares”, compara.

Hoje, somente a BBseg tem 7,5 milhões de hectares segurados no Brasil todo.

Números do Paraná

Na safra 2018/2019, somente a BBseg teve 1 milhão de hectares segurados no Paraná, o equivalente a R$ 2,5 bilhões de proteção.

Na mesma safra no Brasil inteiro, R$ 1,1 bilhão foram pagos ao agricultor. Desse total, Paraná e Goiás dividiram o primeiro lugar do ranking, com cerca de 20% do total cada um.