Política

EDITORIAL: Um ano perdido?

O ano de 2018 tinha tudo para ser o início da recuperação econômica. Após sofrer duramente dois anos de recessão, o País previa voltar a respirar e o ano começou com previsões otimistas e um cenário que encorajou muita gente. Não durou muito.

Apesar da insistência, 2018 parece estar fadado a ser um ano perdido. A cada semana um indicador é revisado para baixo e não parece haver boas notícias à vista.

Atingido duramente pela greve dos caminhoneiros, em maio, o País parece acumular problemas nas mais diversas áreas. Talvez por seu momento ainda frágil, cada um deles tem consequências severas.

E, das previsões otimistas de crescimento econômico apresentadas em janeiro, agora o setor produtivo torce para terminar o ano empatado.

Ontem, foi a vez de o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisar para baixo a previsão de crescimento anual da economia brasileira, de 2,3% para 1,8%. Para 2019, o órgão manteve a expansão de 2,5%. Embora positivo, o índice é inexpressivo considerado o baixo desempenho dos anos anteriores e, agora, deste ainda em vigência.

Para o Brasil, está sendo duro assimilar até mesmo os “golpes” internacionais. Até o que poderia ser benéfico acaba sendo de alguma maneira ruim. As tarifas impostas na quebra de braços de EUA x China, que poderiam ajudar os produtos brasileiros, também parecem estar contra nós. O câmbio tem reagido sensivelmente à guerra comercial desses dois gigantes. E, em vez de beneficiar as exportações dos produtos brasileiros, esses emperram por falta de frete diante da briga interna travada entre caminhoneiros e entidades organizadas.

A expectativa é de que os ânimos se acalmem e o brasileiro consiga agir com calma diante das urnas em outubro. É a chance de recolocar o Brasil nos trilhos e tentar sair desse ciclo cabuloso.