O patrimônio cultural de um país é formado por monumentos, construções e sítios arqueológicos que contribuem para a construção da memória, identidade e historicidade de uma população. No caso dos patrimônios materiais, essa história é contada por cada detalhe presente no conjunto — o material utilizado em uma construção diz do estilo de vida de quem a construiu, datando a ocupação e método de trabalho de um povo, por exemplo.
Neste processo de identificação, a arquitetura possui um grande papel. Através do estilo arquitetônico de um edifício é possível para historiadores identificar diversas características que marcam o período histórico em que ele foi construído. Cada estilo — seja ele neoclássico, gótico, barroco ou rococó, por exemplo — representa a vivência das populações que o utilizavam.
A Unesco, Organização das Nações Unidas para Ciência e Cultura, é a responsável mundial pela preservação e divulgação de patrimônios culturais materiais. No Brasil, 22 bens são reconhecidos pela organização como patrimônios históricos da humanidade que valorizam a identidade nacional, sendo alguns deles os centros históricos das cidades de Olinda (PE) e Salvador (BA), a cidade histórica de Ouro Preto (MG) e a cidade do Rio de Janeiro (RJ), por exemplo.
Criada após a Segunda Guerra Mundial, a Unesco visa principalmente agir para a conservação dos patrimônios culturais ao nível mundial e fomentar o reconhecimento da importância destes não apenas para as nações que os hospedam, mas também para o restante do mundo como um elemento histórico. Dessa forma, mesmo em meio a conflitos armados, por exemplo, existe uma organização que preza pela sobrevivência destes locais.
Como símbolos da coletividade, é essencial que o patrimônio histórico seja preservado e valorizado a fim de manter a identidade de uma população. Por isso, existem mecanismos de conservação e divulgação destes monumentos, como incentivos turísticos e ações realizadas por órgãos como o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) — responsável pela preservação de bens culturais – e o Ministério da Cultura.
Como edificações materiais expostas a efeitos de tempo, clima e uso, os patrimônios materiais precisam ser cuidados também com trabalhos de restauração que tentam conservar ao máximo as características originais de cada peça. Nos casos de igrejas e santuários, por exemplo — construções históricas muito comuns nas cidades brasileiras marcadas pela colonização —, o estilo original da arquitetura e urbanismo do patrimônio devem ser estudados e mantidos nos detalhes.
Pinturas, esculturas e outros tipos de patrimônio funcionam da mesma forma, contando com profissionais especializados que prezam pela identidade de cada peça nas restaurações, a fim de restituir o seu valor e não deixar com que se percam com o tempo.
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