Outro dia estava lendo na revista Veja que a mulher de Joesley Batista, nascida de tradicional família baiana e dona de um rosto conhecido no jornalismo nacional, fica furiosa quando diz que deve sua fama ao marido, o empresário bilionário e agora delator Joesley Batista. Se devia, não sei, mas agora e até o fim de seus dias Ticiane será sempre a mulher do "homem aquele que depurou todo mundo mas que teve lá suas traquinagens também”, gravações rodando soltas na web, o que inclui pedido de divórcio simulado à esposa com vistas ao perdão. Quer ouvir? Procura na rede, basta clicar.
É chato escutar o marido falando da gente daquele jeito, mas dizem que tem mulher que não está nem aí para o que quer que o marido apronte, mesmo que isso signifique o nome na lama em nível nacional, ainda mais quando é possível se refugiar das fofocas morando em outro país. Mas quem fica por aqui deve sofrer um bocado apontada para sempre como a “mulher do fulano”. Sim, mulher de alguém, porque ninguém sabe o nome da esposa de Renan Calheiros, de Evaldo Ulinski nem da ex de Tiger Wood, mas uma coisa as três têm em comum: ganharam a fama de “a mulher do dito aquele”, tenham elas feito alguma coisa para contribuir nesse fato ou não.
Mas não é toda a mulher que faz de conta que a vida prossegue as maravilhas depois de um fiasco do amado e mete o marido para correr, afinal, "onde já se viu colocar meu nome e de minha família na lama?" Ah, é, tem essa. A família toda que carrega o dito sobrenome vai passar o resto da vida dando explicação.
Na outra ponta da confusão, o grupo "unidos venceremos “ posa de casal feliz, e não fica difícil imaginar o porquê quando a mulher sai da entrevista dentro de um carro avaliado em 500 mil reais, e se blindado, 600 mil. O valor do meu apartamento para levar uma mulher para passear. Quando se tem um gordo patrimônio envolvido, um filho fora do casamento ou o desvio de alguns milhões nada mais é do que "um momento de fraqueza do homem que amo. Tudo está certo, somos felizes”. Em quatro paredes a gente não sabe se é verdade, o que se vê é que o casamento até trumpica, mas não cai.
Uma mulher virar comentário – e até chacota – nacional tem que ter muito peito, e não é de silicone, para perdoar o marido. E o que vamos dizer? Vá que ela ame o homem, um cara que não pensou nas consequências que a levaram a um picadeiro. Mas se o circo pagar bem, pode até ser interessante prosseguir com o papel de palhaça.