Saúde

Setor privado terá ação conjunta para combater impactos econômicos e sociais no oeste

Será feito um levantamento das necessidades setoriais e elaborada uma minuta de decreto com regras para nortear a retomada econômica

Foto:Ilustração
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Empresários e líderes regionais definiram um plano de ação unificado para os 54 municípios da região de enfrentamento ao novo coronavírus e também aos efeitos econômicos e sociais causados pelas medidas de contenção à doença. A estratégia foi delineada em reunião do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento).

Foram discutidas medidas para minimizar a crise econômica, financeira e social decorrente do fechamento do comércio e da indústria e da paralisação do turismo e de serviços, o que terá impacto nos empregos, na renda e na condição de consumo essencial da população. A outra pauta girou em torno de ações para prevenção e atendimento em saúde.

“A intenção é salvar vidas e cuidar das pessoas, em primeiro lugar, nas nossas 54 cidades”, enfatiza Danilo Vendruscolo, presidente do POD. “Precisamos enfrentar os problemas econômicos e sociais que já estão ocorrendo, como fechamento de empresas e desemprego, mas sem tergiversar da preocupação com a saúde, temos que adotar medidas que nos reencaminhem à retomada das atividades produtivas”.

A Acifi (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu) atua na coordenação de ações definidas pelos líderes regionais. “Nosso esforço agora é para que o setor produtivo da região atue de forma integrada para diminuir, ao máximo, os prejuízos à economia e ao mercado de trabalho”, explica o presidente da entidade, Faisal Ismail.

Pequenos
Dentre as deliberações do POD, está a criação de um grupo de trabalho que irá prestar apoio a micros, pequenos e médios negócios da região. “Pequenos comerciantes e prestadores de serviços, principalmente, já estão vivendo uma situação desesperadora agora”, ressalta o segundo-vice-presidente do POD, Rainer Zielasko.

Segundo o gerente da Regional Oeste do Sebrae, Augusto Cesar Stein, a maioria dos pequenos negócios tem reservas para 13 dias de interrupção das atividades e esse prazo já está chegando ao fim. “Entendemos que 80% da demanda desse setor será por crédito. Vamos aturar junto a instituições financeiras e garantidoras para aumentar as linhas de financiamento”.

Ação coordenada em saúde
Amplificar as medidas de prevenção da covid-19 entre a população por meio de uma força-tarefa e regionalizar a oferta de atendimento a pacientes em cidades-polo
foram as principais medidas em saúde tomadas pelo POD. O objetivo é concentrar a estrutura de atendimento nas cidades maiores, que dispõem de hospitais e de unidades para o tratamento intensivo.

“Também vamos entrar em contato com o setor privado para doar e contribuir com insumos básicos, equipamentos de proteção individual, recursos e infraestrutura”, acrescenta Danilo Vendruscolo.

O POD fará um levantamento da infraestrutura e dos profissionais da área de saúde nos municípios: “A ideia é otimizar o atendimento por meio da regionalização. Como o paciente da covid-19 não pode ser transferido, a rede precisa atendê-los nas cidades da região que contam com equipamentos e profissionais”, explica o secretário-executivo da Amop, Vinicius Almeida.

Unificação das regras para nortear a retomada econômica

Será feito levantamento setorial das necessidades do setor produtivo, priorizando as indústrias, frente a decretos e medidas restritivas e de emergência adotadas nas cidades. Além disso, a assessoria jurídica da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) apresentará aos prefeitos minuta de decreto com regras para nortear a retomada econômica.

Segundo o advogado Jurandir Parzianello, a Amop e os prefeitos vão decidir, alinhados com as autoridades de saúde, até que data se mantêm essas diretrizes de paralisação do comércio.

Na sexta, ou na segunda-feira, os prefeitos devem fazer uma reunião deliberativa sobre esse tema “porque estão cobrando das autoridades de saúde, estadual e federal, medidas para estruturarem os atendimentos necessários e aptos para cobrir a demanda de saúde, sem deixar de lado o restabelecimento das atividades econômicas. Porque já é presumível que o prejuízo social e humano, se a paralisação permanecer por muitos dias, será incalculável”.

Segundo ele, a “estabilidade financeira é uma base essencial à manutenção da vida e da saúde em sociedade. Vamos ter que levar as duas coisas em conjunto. O enfrentamento com a operacionalização dos instrumentos para tratamento de quem se contaminar e a retomada do funcionamento de toda a economia, porque, se não, teremos dois problemas”.

Governo faz alinhamento com associações municipais

Os secretários de Estado do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Paraná, João Carlos Ortega, e do Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge, realizaram nessa quarta-feira (25) uma videoconferência com presidentes das associações dos municípios do Paraná. A reunião ocorreu para alinhamento, integração e cooperação com os prefeitos para o enfrentamento conjunto ao coronavírus nos municípios.

Durante a conversa, os líderes municipalistas apresentaram temas importantes, como aportes financeiros no orçamento da saúde, contratação de profissionais para os
hospitais e auxílio a micros, pequenas e médias empresas e trabalhadores autônomos e informais.

Os prefeitos também abordaram a distribuição da merenda, transporte e logística e doações feitas por empresas, as quais devem ser direcionadas à Defesa Civil.
O secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge, ressaltou a importância de serviços essenciais que não devem parar: “Os municípios e as regiões têm necessidades específicas e suas particularidades. Por isso, é necessária a responsabilidade consciente”.

E reforçou as recomendações do Estado. “Quem puder ficar em casa, o trabalho remoto será fundamental. Os grupos de risco, como pessoas com idade maior de 60 anos ou com doenças crônicas, devem ficar em casa. Já os serviços essenciais não devem parar”.

Bernardo disse que o governo do Paraná manterá o planejamento e as medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus. “Estamos trabalhando para sermos o último estado a ter aumento efetivo de demanda do coronavírus e o primeiro a resolver o problema. Confiem no governo do Estado, estamos fazendo o melhor”, concluiu.