Reportagem: Cláudia Neis
Cascavel – Em uma reunião realizada nessa quarta-feira (1º) na sede da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), prefeitos, promotores de Justiça, líderes empresariais, OAB e autoridades de saúde discutiram saídas para a crise provocada pela pandemia do coronavírus e a integração de forças para fazer frente aos efeitos provocados pela doença, inclusive financeiros.
Em um alinhamento inédito entre integrantes da Caciopar (Coordenadoria das Associações Empresariais do Oeste do Paraná) e da Amop, houve o consenso de que a preocupação com a economia é válida, mas que as decisões devem ser pautadas em fatores técnicos, visto que ninguém sabe ainda o melhor modo de agir diante da pandemia.
Diante desse entendimento, a reabertura do comércio nos municípios, fechado por decretos municipais cuja maioria vence neste fim de semana, é incerta e passa a depender de planos de contingência que devem ser elaborados pelos municípios e aprovados pelos COEs (Conselhos de Operação Emergencial) e pelas Regionais de Saúde.
Para orientar a elaboração dos planos, será realizada nesta quinta-feira (2) uma videoconferência entre representantes das regionais e técnicos de saúde dos 54 municípios que integram a Amop. A ideia é que as medidas sejam tomadas de maneira unificada e convergente em toda a região, para evitar que as decisões de um município possam trazer complicações para outros, e vice-versa.
Modelo cascavelense
Sem referência passada, muitos municípios devem esperar o resultado do plano de contingência elaborado pela Prefeitura de Cascavel, o qual será apresentado e discutido no COE (Centro de Operações de Emergências) em reunião no fim da tarde desta quinta-feira. Ele deve servir como base para a elaboração dos planos dos demais municípios, devendo ser adaptado à realidade de cada um.
Assis determinou fechamento até dia 12
De acordo com fontes ligadas à Amop, uma possibilidade é seguir o modelo do decreto publicado na noite de terça-feira (31) pela Prefeitura de Assis Chateaubriand, que determinou que bares, academias, salões de beleza, tabacarias, locais de festas, parques e piscinas, feiras, lan houses, lojas e demais estabelecimentos permaneçam fechados até 12 de abril.
Por outro lado, o decreto autoriza a retomada das atividades industriais e da construção civil – sendo que empresas de comércio de materiais para construção deverão efetuar vendas exclusivamente a distância (delivery) -, de mecânicas de automóveis, borracharias, escritórios de advocacia e contabilidade, consultórios odontológicos, serviço de lavanderia hospitalar e industrial e segurança privada, desde que obedeçam às medidas restritivas. Para esses segmentos, a reabertura já é possível.
Segue liberado o funcionamento de mercados, mercados, açougues e peixarias, distribuidoras de indústrias e alimentos, panificadoras, farmácias e fornecedores de insumos a saúde, hospitais, clínicas e laboratórios, postos de combustíveis, distribuidoras de gás e água mineral, cooperativas agroindustriais, além de lojas de venda de alimentos de animais e serviços funerários, cabendo aos proprietários adotarem as restrições estabelecidas.
Restaurantes e estabelecimentos de venda de alimentos prontos podem funcionar apenas com vendas por meio de delivery, sem atendimento presencial.
Presidente pede cautela
Presidente interino da Amop e prefeito de Matelândia, Rineu Menoncin publicou nessa quarta-feira (1º) um pronunciamento na página da associação no Facebook pedindo apoio e união da população para o enfrentamento da crise. “A reunião e o debate que tivemos foi muito produtivo. É preciso que todos nós gestores tenhamos cautela na tomada de decisões, pois não estamos preparados para lidar com uma pandemia, ninguém está. A economia não pode ser deixada de lado, mas o contingenciamento severo é necessário e, se a doença não chegou ou chegou com menor intensidade, é por causa do isolamento social. Por isso, precisamos nos unir e nos ajudar. Não é hora de achar heróis e vilões, mas alternativas para enfrentar o problema”, declarou.
Ele ainda destacou a importância do apoio do Ministério Público, por meio da presença dos promotores Ângelo Mazzuchi e Luciano Machado de Souza, e cobrou posicionamento dos governos estadual e federal para nortear as decisões municipais e evitar a responsabilização apenas dos gestores dos municípios pela tomada de decisões.
Acit discute critérios para reabertura do comércio
Conduzida pelo presidente Claudenir Machado, membros da Diretoria da Acit (Associação Comercial e Empresarial de Toledo) se reuniram na manhã dessa quarta-feira (1º) para discutir pontos a serem levantados para a comissão técnica que vai elaborar um plano de contingenciamento com regras para abertura do comércio.
A comissão é composta por técnicos que devem definir os critérios e os cuidados que deverão ser seguidos nas diversas atividades econômicas de forma a criar as condições para a abertura consciente e necessária do comércio da cidade.
Em reunião do COE (Centro de Operações de Emergências) na terça (31), foi deliberado pela manutenção do Decreto 758/2020, que estabelece restrições até o dia 5 de abril (domingo), prazo que o comércio permanece fechado.
A comissão está trabalhando no plano de contingenciamento e a proposta deverá ser analisada pelo COE.