Doação de leite humano é um ato de amor e “precisamos reconhecer com muita gratidão, pois alimenta muitas vidas”, comenta a enfermeira e coordenadora do Banco de Leite do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), Anelise Vieczorek. O leite doado para o Huop é destinado para os bebês internados na UTI Neonatal da instituição hospitalar, assim como também para outros dois hospitais particulares de Cascavel, e um hospital de Umuarama.
São cerca de 300 litros de leite por mês, que passam por um processo rigoroso de análise de qualidade: três exames, mais o processo de pasteurização. “Precisamos lembrar que o leite doado vem de um processo de cerca de dez dias, desde a coleta, até que possa ser liberado com todos os certificados de qualidade”, diz.
A coleta é realizada pelas mães no domicílio. Após o cadastro, que pode ser feito pelo telefone, elas recebem o frasco e as orientações. “Informamos todo o processo, quanto ao congelamento, o uso do frasco, e claro, também estamos à disposição quando elas sentirem dificuldades. Precisamos lembrar que 80% do nosso trabalho é assistencial, pois muitas mães sentem dor, dificuldade, e precisam de ajuda com as informações corretas sobre a amamentação”, ressalta.
QUEM PODE DOAR
Todas as mães que estiverem saudáveis e com os exames de pré-natal em dia, podem ligar no Banco de Leite para realizar o cadastro. “É importante ressaltar que muitas acreditam que a quantidade doada é pouca, mas não é, pois a junção dos frascos é suficiente para alimentar uma UTI Neonatal inteira. Todas que tem um pouco de excedente podem contribuir”, enfatiza.
Além do Banco de Leite em Cascavel, há também outros pontos de coleta na região. “Criamos uma rede de apoio à amamentação, e hoje temos vários municípios e hospitais com postos de coletas, inclusive que não recebem o leite doado. Isso é muito gratificante e precisamos reconhecer o trabalho de todos que nos auxiliam”, comenta.
COVID-19
Por conta da pandemia da Covid-19, as mães recebem a orientação quanto aos sintomas da doença. “Elas precisam estar clinicamente bem e saudáveis para que possam doar, pois qualquer sintoma é um impedimento”, explica Anelise.
O Banco de Leite Humano tem mantido o estoque. Mesmo com a pandemia, as mães têm continuado sensibilizadas quanto à importância da doação. “Eu me sinto privilegiada por poder continuar ajudando. Precisamos superar o que estamos passando, e se podemos ajudar é mais do que nossa obrigação fazer isso. Sinto um amor no coração em poder contribuir”, diz a doadora, Flávia Rosa Nascimento.
HISTÓRIA
O Banco de Leite foi inaugurado em 1999, e em 2011, foi inaugurado o espaço físico construído especificamente para as doações e processos de qualidade. “Em todos esses anos houve muitas mudanças. Foram implantadas novas tecnologias, houve mudança nos processos, e somos confiantes em dizer que o nutriente que os bebês recebem tem uma qualidade excelente e não oferecem nenhum risco”, finaliza.
Fonte:Central de Notícias Unioeste