Reportagem: Josimar Bagatoli
Previsto para terminar em 2024, o contrato com a Sanepar e a Prefeitura de Cascavel poderá ser renovado antecipadamente. A cogitação é do próprio prefeito Leonaldo Paranhos (PSC), diante da situação de extremo assoreamento do Lago Municipal. Segundo ele, com um novo acordo, a empresa de economia mista teria novamente entre as cláusulas uma intervenção no principal cartão-postal da cidade.
Questionado sobre as cobranças demandadas à Companhia de Saneamento do Paraná, Paranhos diz que “é possível fazer uma antecipação [do novo contrato], para que possamos ter um dinheiro a mais – antecipado pela Sanepar – e fazer esse investimento”.
O desassoreamento com dragas para a retirada de lodo de dentro do Lago foi realizado nos anos de 2010 e 2011. Foram mais de 108 mil metros cúbicos retirados. O custo superou os R$ 3 milhões. A intervenção foi estabelecida no contrato assinado em 2004 pelo ex-prefeito Edgar Bueno (PDT) às vésperas de ele terminar o mandato.
Passados os quatro anos da gestão Lísias Tomé, a obra foi executada dois anos depois Edgar Bueno retornar ao Paço. Diante do impacto atual no reservatório de água que abastece a população, Paranhos resume a situação como um “crime”. “Teremos grandes prejuízos se não resolvermos isso e não pode ser uma birra: de um lado a Sanepar dizer que ‘já fez o investimento’ e eu falar que a ‘ex-gestão não fez o que deveria’. Isso é outra coisa… é mais um caso de Justiça do que de gestão. A gestão tem que resolver o problema agora”, afirma Paranhos.
Em Curitiba, o prefeito debateu com a Sanepar a situação do Lago e teve como resposta que os investimentos previstos em contratos já foram feitos. Ele solicitou que a Sanepar verifique o motivo pelo qual o problema permanece. No entanto, o prefeito alega que não tem como esperar pelas respostas. “Existe necessidade de fazer uma intervenção. Pedi aos técnicos do Meio Ambiente para aproveitarem a estiagem e fazerem uma limpeza… vamos colocar rachões, britas grandes em alguns pontos para evitar mais terra… Esse assoreamento vem pela topografia do terreno”.
Sem recursos para esses serviços, a prefeitura quer participação da Sanepar. “Tenho que buscar um parceiro, mais precisamente a Sanepar. O produto central dela é água e tem que ter consciência social. O Lago faz parte de uma estrutura de fornecimento de água pelas nossas três bacias”, argumenta Paranhos.
Por mês, a Sanepar repassa 1% do faturamento ao Fundo Municipal do Meio Ambiente, dinheiro aplicado na recuperação e na preservação ambiental. Paranhos quer o dobro desse percentual. “Temos um superávit. Somos um município que dá lucro à Sanepar. Fiz pedido de mais, o que vai dar mais musculatura para fazer isso… estou demandando com o governo do Estado um recurso específico para essa área”.