Opinião

Será o fim do horário de verão?

Por Carla Hachmann

Em apenas três meses, não dá para definir o Governo Bolsonaro. Agora, pelo menos uma característica ele faz questão de manter: o presidente Jair Bolsonaro não foge da polêmica. Pelo contrário, gosta é de enfrentá-las, isso quando não as cria.

O mais novo embate é um assunto que divide opiniões desde sempre, embora a população já tenha se acostumado a ele: o horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, revelou ontem que o presidente Bolsonaro estuda acabar com o horário de verão. E a decisão pode ser tomada já na próxima semana.

O presidente encomendou um estudo que será apresentado semana que vem. Segundo o ministro, os ganhos econômicos são poucos (ou quase nada), mas adianta que há outros aspectos relevantes a serem considerados. “Ele tem muito interesse nesse assunto”, adianta.

Criado sob o argumento de aliviar a sobrecarga nos períodos de pico, já que permite maior aproveitamento da luz natural, o horário de verão cumpriu sua missão por muitos anos. Neste último, uma constatação pode pesar na decisão de Bolsonaro. Houve uma mudança no comportamento da sobrecarga de energia elétrica, não sendo mais aparente a influência nos ponteiros adiantados.

Hoje, parece que o maior impacto para o fim do horário de verão pode ser sentido nas cidades turísticas e litorâneas. E o peso do turismo no PIB é significativo, talvez uma conta a se considerar.

Contudo, ano passado o ex-presidente Michel Temer quase acabou com o horário de verão, cujo início foi adiado por quase um mês, sem grandes consequências para o sistema de energia.