Política

Réu em 7 processos, Richa recebe grupo e diz que está de volta

A direção estadual do partido nunca promoveu qualquer ação para avaliar as acusações contra o ex-governador, sob alegação de que a questão deve ser decidida pela Justiça

Réu em 7 processos, Richa recebe grupo e diz que está de volta

Curitiba – Réu em sete processos originados de diversas operações do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal e de frentes diferentes, o ex-governador Beto Richa (PSDB) recebeu esta semana (17) em seu apartamento, em Curitiba, prefeitos e vereadores do interior. O encontro foi registrado nas redes sociais pelo prefeito de Laranjeiras do Sul, Berto Silva (PSC). Segundo o blog Contraponto, do jornalista Celso Nascimento, o tucano disse aos visitantes que pretende retornar à política em breve.

O encontro e o anúncio se dá um mês depois de a Executiva Nacional do PSDB rejeitar dois pedidos de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) em uma decisão que beneficiou Beto Richa. O resultado representou uma derrota para o governador de São Paulo, João Dória. Pré-candidato à presidência da República para 2022, Dória defendia uma “faxina ética” no PSDB como forma de livrar o partido de lideranças acusadas de corrupção.

No início do ano, Beto se licenciou da presidência do PSDB paranaense. A direção estadual do partido nunca promoveu qualquer ação para avaliar as acusações contra o ex-governador, sob alegação de que a questão deve ser decidida pela Justiça.

Na Justiça

Mas a barra ainda não está totalmente limpa. Beto Richa também tem pedidos de expulsão do partido contra ele em virtude dos inúmeros processos a que responde por corrupção.

Além de casos ainda em investigação, o tucano já foi denunciado por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude à licitação referentes a uma PPP (Parceria Público-Privada) para duplicação da rodovia PR-323, acusado de ter recebido R$ 7,5 milhões em propinas da Odebrecht; é alvo de processos no âmbito da operação Integração, do MPF, que investiga esquema de pagamento de propina a políticos e agentes públicos por concessionárias do pedágio em troca do aumento de tarifas e cancelamento de obras; e, na operação Quadro Negro, do Ministério Público Estadual, é acusado de receber dinheiro desviado de obras de reformas e construção de escolas. Tem ainda a operação Rádio Patrulha, que investiga esquema de fraude em licitações do programa Patrulha do Campo para fornecimento de máquinas para obras em estradas rurais.

Beto foi preso três vezes no último ano em virtude dessas operações e sob a acusação de tentar obstruir a Justiça. O ex-governador nega todas as acusações.

Derrota nas urnas

A prisão em setembro do ano passado foi a gota de água para a derrota de Beto Richa nas urnas em outubro. Depois de oito anos no comando do governo do Estado, Richa não conseguiu se eleger senador.

Em poucos dias, ele caiu de segundo lugar das intenções de voto e terminou em sexto, com 377.872 votos válidos.

O ex-governador atribui a derrota à prisão às vésperas da eleição durante a operação Rádio Patrulha.

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