Política

Recursos públicos impulsionam voos domésticos no oeste

35% dos serviços foram executados em novo Terminal de Passageiros de Cascavel

Recursos públicos impulsionam voos domésticos no oeste

Reportagem: Josimar Bagatoli

Foz do Iguaçu – A aplicação de recursos públicos na infraestrutura aeroportuária proporciona no oeste do Paraná uma capacidade de logística privilegiada quando comparada a outras microrregiões brasileiras. Embora seja uma das maiores interessadas, a iniciativa privada pouco colabora com esse desenvolvimento, seja com recursos ou projetos. A Itaipu Binacional aparece como uma das grandes parceiras, com obras e estudos.

Com 1,3 milhão de habitantes, os moradores contam com três aeroportos em pleno funcionamento – Cascavel, Foz e Toledo -, conforme as regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com voos diários para destinos importantes, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro. A malha aeroviária do Paraná é considerada a maior do País em voos regionais.

Toledo ainda opera de maneira tímida, com uma média de 750 passageiros por mês. Devido à localização geográfica privilegiada, Cascavel vem retomando o posto de referência para voos domésticos na região. Antes Foz do Iguaçu dominava essa fatia de mercado, inclusive quando há cancelamentos de voos em cidades vizinhas. “De maneira frequente, os voos são redirecionados a Cascavel, antes era usado o aeroporto de Foz”, explica a diretora do aeroporto de Cascavel, Jocemara Lopes do Amarante.

Apesar de ter bem menos passageiros em comparação aos cinco maiores aeroportos paranaenses, Cascavel é o que mais cresceu: 56% (109,4 mil), Maringá 14% (528 mil), Londrina 5% (712 mil) e Foz 2% (1,6 milhão).

Verbas

Em Cascavel, o volume de recursos à infraestrutura aeroportuária é alto: R$ 28 milhões. São R$ 16.388.084 para a construção do novo terminal de passageiros, que começa a ganhar forma com 35% dos serviços concluídos. A obra ficará pronta em março de 2020, conforme aponta a Secretaria de Obras.

Também está prestes a ser finalizada a duplicação da Avenida Itelo Weber, que possibilita o acesso ao aeroporto, no valor de R$ 4.790.811,99. Os recursos restantes contemplam adequações de estacionamento, pista para manobra das aeronaves, cercas do sítio aeroportuário, adequação da estrutura para os bombeiros aeroportuários e aquisição da mobília para o novo terminal.

No entanto, a busca por um aeroporto adequado começou em 2009 – quando a promessa era de aeronaves maiores, como Boeing-737, com 168 lugares – e a pista foi ampliada de 1.618 metros para 1.780, a um custo de R$ 8 milhões.

O Aeroporto Adalberto Mendes da Silva, que chegou ao seu ápice em 2015, com 252,7 mil embarques e desembarques, enfrentou sucessivas quedas de movimentação, até bater o pior resultado ano passado: 149 mil embarques e desembarques.

Metas

Neste ano, Cascavel já superou ano passado, com 171.578 embarques e desembarques e a meta é chegar a 205 mil até o fim de dezembro. Para 2020, a meta é audaciosa: “Ano que vem vamos ultrapassar os 350 mil”, avisa o presidente do IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), Edson Vasconcelos.

Ele defende ainda a execução de um projeto ainda mais ambicioso, que é o Aeroporto Regional do Oeste. “Precisamos ser conscientes de que o Aeroporto Regional é indispensável. É uma ação de 15 anos, que demandará muito tempo para se fundamentar planos e projetos”, ressalta.

Essa demanda segue parada no governo do Estado.

Voos de Cascavel

Em Cascavel, há cinco voos diários: um para Campinas, outro para Guarulhos e três para Curiitba. A Gol Linhas Aéreas opera com o Boeing-737-700, para 138 passageiros, e a Azul com um AT-72, para passageiros, e um Embraer 195, para 118 passageiros. “Percebemos muitas pessoas da região. Recebemos hoje passageiros que antes iam até Foz do Iguaçu”, afirma a diretora do aeroporto, Jocemara Lopes do Amarante.

Desde agosto, a Gol opera na cidade. “Das cinco bases da empresa, Cascavel aparece em segunda colocação em relação a passageiros – Sinop (MT) em primeiro devido à grande campanha para uso da companhia”, afirma Amarante.

A expectativa é de que a partir de dezembro Cascavel tenha uma aeronave Embraer, da Azul Linhas Aéreas, com destino a Porto Alegre (RS).

Obras na Terra das Cataratas

Foz do Iguaçu, segundo maior destino turístico de estrangeiros do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, está na expectativa para ampliação da pista, que aumentará em até cinco vezes a movimentação de pessoas na cidade. De janeiro a setembro deste ano foram 15,6 mil pousos e decolagens no Aeroporto das Cataratas, sendo 415 internacionais.

O governo do Estado já anunciou que toda obra deve ser feita antes da concessão da estrutura, até 2021. A ampliação de 600 metros permitirá receber novos voos internacionais e deverá custar cerca de R$ 70 milhões. Os recursos serão disponibilizados pela Infraero.

Foram liberadas as licenças e até dezembro a licitação deve ser concluída. Com o investimento, a expectativa é de que o Aeroporto das Cataratas passe a valer R$ 1 bilhão. Ele será privatizado no pacote de concessões do governo federal, que engloba ainda os aeroportos de Curitiba (Bacacheri), São José dos Pinhais (Afonso Pena) e Londrina. O bloco sul envolve ainda as concessões de dois aeroportos em Santa Catarina e três no Rio Grande do Sul.

Maiores do Estado

O Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, é o com maior movimentação de aeronaves no Estado. De janeiro a setembro deste ano teve 48,9 mil pousos e decolagens – 1,3 mil internacionais. Em seguida está o Aeroporto de Foz, com 15,6 mil pousos e decolagens, seguido de pertinho por Londrina, com 15 mil; Maringá está na quarta colocação: 5 mil voos, com 467,9 mil passageiros; e, Cascavel, em quinto, com 1,8 mil voos.