Política

R$ 5 mil em multa

Mesmo sabendo que o Executivo provavelmente não terá pessoal para fazer a fiscalização e que a lei, no fim das contas, vai dar em nada, os vereadores de Cascavel aprovaram o projeto que proíbe venda de gêneros alimentícios em tabacarias. A própria prefeitura já afirmou que teria que adequar o pessoal da Vigilância Sanitária para fazer esse serviço, já que a fiscalização hoje é feita de acordo com uma programação específica.

O projeto original previa a proibição de venda de bebidas e de comida. Porém, uma emenda aprovada ontem, na segunda votação da proposta, tirou a bebida alcoólica da “jogada”.

Além de dificilmente ser fiscalizada e de interferir em estabelecimentos particulares, a medida ainda prevê multa aos empresários que forem flagrados combinando a venda de artigos de fumo com alimentação. Em um primeiro momento, o dono do estabelecimento é notificado e multado. E a pena é salgada: R$ 5 mil. O pior é que, em caso de reincidência, o proprietário pode ter, inclusive, o alvará da empresa caçado.

Preocupação

Um dos autores do projeto, Serginho Ribeiro, levantou a preocupação de que a medida possa gerar, inclusive, desemprego. “Fico preocupado que, se proibir, o cara que tem dinheiro resolva guardar, e não investir na cidade, por conta das diversas regras a serem seguidas. Ou de o dono de um estabelecimento começar a demitir por causa dessas dificuldades”, ressaltou.

Mesmo assim, votou a favor da proposta. O único que não aceitou a ideia foi o vereador Jorge Bocasanta, que manteve seu voto contra. Boca alegou que o projeto é um retrocesso à cidade e que prejudica o comércio.

Confusão

A sessão de ontem foi a sessão da confusão. O vereador Alécio Espínola não dizia coisa com coisa. Além de “fugir” de algumas votações nominais e só aparecer quando foi chamado mais de uma vez. O vereador Olavo Santos aumentou o número de vereadores, dizendo que uma matéria havia sido aprovada com 18 votos a favor e quatro contra. E depois corrigiu, já que são 21 vereadores e dois estavam ausentes, Rômulo Quintino e Misael Júnior. Sem contar que o presidente não vota. Teve gente confundindo quem estava com a palavra e quem estava com a parte. Uma confusão danada!

Frase: “Fico preocupado que, se proibir, o cara que tem dinheiro resolva guardar, e não investir na cidade”, afirmou Serginho Ribeiro.