Saúde

Paraná se prepara para fazer quase 10 vezes mais exames diários de covid

Na tentativa de acelerar os exames e conseguir testar um público maior para covid-19, o Lacen (Laboratório Central do Estado) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná se uniram para multiplicar exponencialmente a capacidade de realização de diagnósticos no Paraná.

 Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

 

Covid-19: Paraná quer fazer quase dez vezes mais exames diários

 

Curitiba – Uma parceria firmada entre o Lacen (Laboratório Central do Estado) e o IBMP (Instituto de Biologia Molecular do Paraná) vai multiplicar exponencialmente a capacidade de realização de diagnósticos para exames de covid-19 no Paraná. Hoje o Lacen consegue processar 600 diagnósticos por dia. Nas próximas semanas, esse número pode chegar até 5 mil testes por dia.

Devido ao limite do Lacen, a coleta para o exame é feita apenas em pacientes com sintomas graves, ou em pessoas que tiveram contato com casos confirmados, além de profissionais da saúde e segurança pública. Só que, por isso, grande parte dos casos leves da doença fica fora da estatística oficial. Estimativas da própria secretaria apontam que 80% dos casos da doença são leves, isso significa que o que se vê nos boletins é apenas a ponta do iceberg.

Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, a ideia é passar a testar mais alguns grupos de risco: “Hoje temos uma amostra muito selecionada. Nossa intenção é ampliar a testagem da população para incluir maiores de 65 anos, idosos que moram em instituições de acolhimento e pessoas que apresentem alguma vulnerabilidade, além dos trabalhadores de serviços essenciais”, detalha.

Apesar de não dar prazo para que os novos grupos comecem a ser testados, ela afirma que “os trabalhos estão adiantados”.

A coordenadora da Unidade de Apoio para o Diagnóstico da Covid-19 do IBMP, Cristina Reinert, afirma que há duas semanas a Sesa envia cerca de 300 amostras por dia ao local, que tem capacidade para testar até três vezes mais. Até a terceira semana de maio a expectativa é de que essa capacidade passe para 5 mil exames por dia.

 

Padrão ouro

Os testes realizados são os chamados “moleculares”, ou RT-PCR, considerados padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde, e é o próprio IBMP que produz os kits, em parceria com a Fiocruz. “Até então éramos desenvolvedores dos testes distribuídos no Brasil. Como já temos a expertise e a estrutura, nos tornamos também um laboratório para a testagem específica de casos da covid-19 para ajudar a desafogar os laboratórios públicos como o Lacen”, afirma Reinert.

O investimento para a “transformação” de parte do IBMP em laboratório é da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Com a ampliação, o local deve se tornar referência para receber exames de toda a Região Sul caso os números da doença aumentem além da capacidade dos estados.

 

Mais laboratórios

Nos próximos dias, segundo a Sesa, os laboratórios das universidades estaduais de Maringá (UEM) e Londrina (UEL) também vão passar a realizar os testes para ajudar a acelerar a obtenção dos resultados.

Além disso, Cascavel e Foz do Iguaçu habilitaram estruturas para iniciarem os testes nas próprias cidades (leia mais na página 2).