Agronegócio

Oeste paranaense é reconhecido polo de inovação e tecnologia para o agronegócio

Chancela do MAPA vai facilitar execução de projetos e poderá atrair investimentos para a região

Oeste paranaense é reconhecido polo de inovação e tecnologia para o agronegócio

Segundo relatório do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020, divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), o valor de produção nos campos paranaenses foi de mais de R$ 128 bilhões. Entre os 14 municípios com maior VBP, o oeste concentra oito – representando mais de R$ 30 bilhões e crescimento de 22% em relação a 2019. Além disso, a região também se consolida como protagonista por abrigar algumas das maiores cooperativas e ser sede para diversas startups que conectam tecnologia e agronegócio.

Para fortalecer esse cenário, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) reconheceu o oeste paranaense como Polo Regional de Inovação e Tecnologia para o Agronegócio. Um título que, de acordo com Sibelle Silva, diretora de inovação do Ministério, é favorece ainda mais desenvolvimento local e diz respeito a uma rede local importante.

“Representa o reconhecimento de que nessa região tem uma articulação diferenciada e positiva com foco em inovação para o agro. Com isso, mais do que chancelar a região, enquanto Ministério, queremos promover o fortalecimento dessa organização porque, dessa forma, o oeste paranaense serve como referência para outras”, evidencia Sibelle.

Para que isso fosse possível, a diretora destaca que o Ministério analisou o território e dentre os critérios avaliados para a concessão do título estavam itens como sinergia entre instituições de ciência, tecnologia e inovação, com hubs, aceleradoras, empresas privadas; conjuntura dos atores envolvidos no ecossistema e o panorama geral da região. Nesse sentido, ainda em agosto de 2019, a região ganhou evidência e foi estabelecido um canal de comunicação com a equipe do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária, do MAPA.

“O trabalho começou em 2019 com a promoção desse arranjo e, agora, o Polo poderá ter mais facilidade no acesso a recursos de editais nacionais e internacionais e para a promoção de intercâmbio de startups, por exemplo”, conclui Sibelle.

Polo regional
Os trabalhos para a conquista da chancela foram coordenados pelo Sebrae/PR, por meio do grupo do SRI Iguassu Valley do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), com forte participação de parceiros como cooperativas, startups, academia e lideranças dos setores de inovação e agronegócio. Com o título, haverá a formulação de uma governança consolidada no agrotech, além de um plano de trabalho elaborado a partir do diagnóstico do setor na região. Na sequência, outras ações como a criação de um banco de dados, implementação de políticas públicas, ampliação das exportações, melhorias técnicas e apoio do MAPA por meio de acordos comerciais do governo brasileiro estão planejadas.

“Uma vez que temos o território com essa condição organizada, passamos a ser reconhecidos também pela competência de desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio. Isso alimenta um ciclo retroativo, ou seja, melhora e promove a evolução porque incentiva os atores a apostarem ainda mais nessa pauta”, indica o gerente da regional oeste do Sebrae/PR, Augusto Stein.

Ainda segundo ele, com a assinatura do protocolo na última semana, surgiu a necessidade da criação de um grupo de trabalho para inovação no agro, conectado ao SRI Iguassu Valley. O GT já está em ação e os planejamentos estão em curso. Além disso, outras ações também começaram a ser desenhadas.

“Durante a assinatura, o MAPA anunciou que haverá investimentos de cerca de R$300 mil para um laboratório de alimentos na UTFPR – Campus Medianeira. Isso já é um grande demonstrativo de como a oficialização da rede fará a diferença para a nossa região”, finaliza.

A Rede Regional de Inovação e Tecnologia para o Agronegócio no oeste paranaense é o terceiro polo desse tipo criado no País, depois de Londrina e o Cerrado Mineiro. Até o momento, a governança agrotech do Oeste conta com 25 organizações, sendo sindicatos rurais, parques tecnológicos, instituições de ensino, cooperativas de crédito, associações, cooperativas, lideranças do agro e da inovação e startups. O grupo conta com representantes de Cascavel, Foz do Iguaçu, Medianeira, Toledo, Assis Chateaubriand, Palotina e Santa Helena.

(Assessoria)