Agronegócio

Novo aliado contra a ferrugem asiática

Doença fúngica que pode dizimar lavouras comerciais inteiras e que na última safra foi detectada em quase uma centena de plantações na região, o combate à ferrugem asiática agora conta com um importante aliado em Cascavel e que pode ser estendido em benefícios à região oeste do Paraná.

Foi apresentado na última semana em Cascavel, durante a realização do Show Pecuário 2018, um sistema de combate à doença.

Isso ocorreu graças à união de diversas entidades, entre elas o Sindicato Rural de Cascavel, a Emater, a Areac (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel) e o Sicredi, que resultou em mais uma conquista no combate à doença que se prolifera pela deriva, ou seja, se o fungo não for vetado logo no início, ele pode se alastrar rapidamente entre as lavouras levado pelo vento. O hospedeiro começa agindo pelo caule, o que muitas vezes dificulta a identificação logo no início, por isso, o aconselhado é o monitoramento constante, logo após ele atinge as folhas, que ficam com aspecto de enferrujada. A planta doente não consegue desenvolver os grãos e a produtividade pode chegar a zero. Não por acaso, a ferrugem é considerada hoje a principal doença da sojicultora brasileira.

Com esta central que Cascavel agora conta é possível fazer o monitoramento de esporos do fungo.

Isso ocorrerá a partir de um microscópio doado pelo sindicato e 20 coletores de esporos instalados em cantos estratégicos da cidade que irão ajudar no combate e na diminuição de aplicações de fungicidas para controlar a ferrugem. “Estamos em novos tempos, onde queremos que os produtores usem somente o necessário. Com a orientação dos engenheiros agrônomos e da Emater, eles vão poder economizar”, disse o presidente da Areac, Francisco Justo Júnior.

Na safra 2017/2018 houve o registro de produtores na região que tiveram de fazer até cinco aplicações para controlar o fungo. O ideal seria de no máximo três.

Vazio sanitário

Outro aliado para minimizar a existência de hospedeiros da doença é o vazio sanitário. O período de 90 dias em que fica extremamente proibido o cultivo da oleaginosa nas lavouras do Paraná se iniciou em 10 de junho e segue até 10 de setembro. Técnicos e fiscais da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) que identificarem a presença de plantas, sejam elas cultivadas ou voluntárias, resultarão em notificação e multa ao proprietário do terreno.