Cotidiano

No Paraná - Mais da metade das estradas têm problemas

O estudo aponta que em 56,1% dos trechos avaliados foram considerados regulares, ruins ou péssimos

Foto:Fábio Donegá
Foto:Fábio Donegá

Cascavel – A qualidade das rodovias paranaenses se apresenta deficitária em mais de 3 mil quilômetros de estradas avaliadas pela Pesquisa CNT de Rodovias 2019, que chega à 23ª edição, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e pelo Sest/Senat.

O levantamento avaliou toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 6.331 km no Paraná e 108.863 km no Brasil.

O estudo constata que o estado geral da malha rodoviária paranaense pavimentada tem algum tipo de problema em 56,1% dos trechos avaliados, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Outros 43,9% da malha são considerados ótima ou boa.

Já a sinalização tem 40,4% da extensão considerada regular, ruim ou péssima; 59,6%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 3,1% da extensão e as faixas laterais inexistem em 13%.

A geometria se apresenta deficitária em 83% da extensão e 17% é considerada ótima ou boa. As pistas simples predominam em 80,5%. Falta acostamento em 45,3% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 51% não há acostamento nem defensa.

“O levantamento vem ao encontro daquilo que defendemos dia a dia na Federação: o Estado e a União precisam realizar investimentos urgentes na malha rodoviária paranaense. Nossa economia é dependente do transporte rodoviário de cargas. Enquanto essa situação perdurar não conseguiremos ter crescimento consistente, pois o custo operacional dos empresários se eleva e menos riquezas serão geradas e menos empregos serão criados”, defende o presidente da Fetranspar e Sest Senat no Paraná, coronel Sérgio Malucelli.

A Federação aponta ainda que a segurança viária é outro item primordial que precisa ser visto com muita responsabilidade. “Não dá para tratar acidentes como estatística. Se existem estudos que apontam onde estão os gargalos, é lá que há necessidade de resolver o problema para evitar que novas vidas sejam perdidas”, defende Malucelli.

Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias.

Principais constatações das rodovias do Paraná:

1 Estado geral: 56,1% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 43,9% da malha é considerada ótima ou boa.

2 Pavimento: apresenta problemas em 53,1% da extensão avaliada. 46,9% têm condição satisfatória.

3 Sinalização: 40,4% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima. 59,6%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 3,1% da extensão e as faixas laterais inexistentes em 13,0%.

4 Geometria da via: 83% da extensão é deficitária e 17%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 80,5%. Falta acostamento em 45,3% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 51% não há acostamento nem defensa.

5 Pontos críticos: a pesquisa identifica 8 no Paraná, sendo 1 erosão na pista, 1 queda de barreira e 6 trechos com buracos grandes.

6 Custo operacional: as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 26,4%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.

7 Investimentos necessários: para recuperar as rodovias no Paraná, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 1,70 bilhão.

8 Investimentos em 2019: do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Paraná em 2019 (R$ 460,32 milhões), foram investidos R$ 375,03 milhões até setembro (81,5%).

9 Custo dos acidentes: o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 1,04 bilhão em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 400,93 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

10 Meio ambiente: em 2019, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 55,1 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício custará R$ 195,26 milhões aos transportadores