Agronegócio

Monitoramento digital com drone é a nova revolução na agropecuária

O monitoramento digital de solos e lavouras identifica pragas, doenças e plantas daninhas por imagens

Monitoramento digital com drone é a nova revolução na agropecuária

A versão digital do Show Rural Coopavel acaba de completar um ano. Em julho do ano passado eram exibidos os primeiros capítulos que levam o melhor da informação técnica, com novidades sobre as mais diferentes culturas, nos canais de Youtube, Facebook e portal do evento. A repercussão é tão boa que a partir de agora a versão digital produzirá conteúdos o ano inteiro. Uma equipe multidisciplinar especialmente contratada, acompanhada por técnicos experientes, capta entrevistas, imagens, faz a edição e inserção dos conteúdos.

Os capítulos mais recentes, já pertencentes à segunda edição do Show Rural Coopavel Edição de Inverno, estão no ar e abordam alternativas ao milho para rações, monitoramento digital de lavouras, tratamento de sementes e combate à cigarrinha no milho. “Todos eles trazem informações importantes e com riqueza de detalhes. Vale muito a pena assistir e colocar essas orientações em prática”, diz o coordenador geral do evento, Rogério Rizzardi. “Nosso objetivo, e estamos conseguindo cumprir isso, é postar um novo episódio por semana”, informa a gerente Adriana Gomes.

Drones

Um dos episódios com maior repercussão da nova temporada trata do monitoramento agropecuário com o uso de drones e de softwares especialmente desenvolvidos. Marcos Ferronato, da Netword Agro, startup de tecnologia para o agronegócio, é quem dá os detalhes da novidade que ele considera uma revolução para o campo, tão ou mais importante do que foi a introdução do plantio direto nas lavouras comerciais a partir da década de 1970.

O monitoramento digital de solos e lavouras identifica pragas, doenças e plantas daninhas por imagens. Tudo começa a partir do planejamento, com cadastro do plano de voo em um software especialmente desenvolvimento que controla o drone de asa fixa escalado para a tarefa. O equipamento percorre a área pré-definida semanalmente. Em cada trajeto são colhidas imagens que abastecem uma plataforma que faz o processamento das fotos e então gera mapas de incidência dos agentes causadores de danos.

Atualmente, as leituras são feitas em áreas com cultivos de soja, milho, feijão, trigo, algodão e cana. O modelo matemático empregado, segundo Marcos, é baseado na fisiologia da planta, de como ela reage ao ataque de doenças e pragas. “Temos a capacidade de ser preditivos, de identificar agentes causadores de danos antes que esses ocorram”. Um software reconhece padrões desses agentes, então geram-se mapas de incidência e grau de severidade de infestação”. Um técnico faz o receituário e as informações geram uma programação específica, que faz com que o pulverizador só realize a aplicação nos pontos realmente recomendados. A margem de erro é inferior a 5% e, com a otimização, a economia gerada chega a 40%.

Marcos Ferronato explica que para que o uso desse recurso seja efetivo é necessário que o produtor troque o manejo de calendário pelo integrado, mudança que gera certo tempo para ocorrer. “O que estamos fazendo aqui é importante e já começa a trazer grandes repercussões. Temos em mãos uma verdadeira revolução, tão ou mais importante que a introdução da técnica do plantio direto que substituiu a agricultura convencional”, afirma o CEO da Netword Agro.

Pecuária

O agrônomo da Coopavel, Rodrigo Berger da Silva, dá mais detalhes sobre o uso de drones, principalmente na pecuária. Esse monitoramento nas lavouras ajuda inclusive a determinar o estande das plantas e alguns drones adaptados até auxiliam na pulverização. Recentemente e em parceria com a FAG, profissionais ligados à cooperativa participaram de um treinamento detalhado sobre a correta utilização de drones na agropecuária.

Rodrigo informa que o equipamento pode ser empregado no monitoramento de pastagens, verificando a presença de plantas daninhas e também na contagem de animais. Há duas vantagens do drone sobre a captura de imagens por satélite: a qualidade das imagens devido à altura de voo e a periodicidade de coleta de imagens. O satélite só capta um determinado ponto quando passa por ele e perde-se a imagem caso o dia estiver chuvoso ou nublado. Um dos pontos que devem ser melhorados na tecnologia dos drones é o tempo de autonomia de voo, conforme o agrônomo.