Agronegócio

Milho safrinha já registra quebra de 17% no oeste

Do total cultivado, 4% está em fase de desenvolvimento vegetativo, 52% na floração, 41% na frutificação e 3% na maturação

Foto: arquivo
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Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – O último relatório do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento) do Paraná aponta que a quebra na safra de milho safrinha, causada principalmente por conta da estiagem, chega a 17% na região oeste do Estado. “Tínhamos uma estimativa inicial de colher 5.700 quilos por hectare, agora já estimamos que a média seja de 4.756 kg/ha, uma redução de 17%. Em comparação com a safra 2019, que obteve o recorde de produtividade de 6.462 kg/ha, a quebra chega a 26,4%”, explica a economista do Deral do Núcleo Regional da Seab de Cascavel, Jovir Ésser.

Jovir afirma que, além da estiagem que atingiu a planta, em especial na fase de floração, houve plantio tardio por conta do atraso na colheita da soja, também decorrente da estiagem. “A maioria das lavouras foi plantada em períodos mais tardios que em 2019, o que, por si só, já resultaria numa produtividade menor. As primeiras áreas colhidas na região de Cascavel estão registrando médias de 4.785 a 6.074 kg/ha. Áreas com potencial de colheita próximo a 8.000 kg/ha, em função da época de plantio, mais cedo”, ressaltou Jovir.

A economista frisa ainda que os números podem mudar conforme a colheita vai avançando, menos de 1% foi colhido. Cerca de 5% das lavouras estão em floração; 65% em frutificação e 30% em fase de maturação. A área total cultivada em Cascavel é de 274 mil hectares.

Toledo

Na regional da Seab de Toledo a situação das lavouras é semelhante. A expectativa inicial era de produção de 2,3 milhões de toneladas nos 419 mil hectares, mas a estiagem já reduziu o número para 2 milhões. “Essa quebra já está consolidada e pode ser maior, uma vez que a colheita nem começou. A estiagem atingiu a planta na fase de floração e, mesmo com a chuva das últimas semanas, não foi possível recuperar o que havia sido prejudicado, apenas parar as perdas”, explica a engenheira agrônoma e técnica do Deral no Núcleo da Seab de Toledo, Jean Marie Ferrarini.

Do total cultivado, 4% está em fase de desenvolvimento vegetativo, 52% na floração, 41% na frutificação e 3% na maturação.

Já no Estado, a área plantada é de 2,254 milhões de hectares, com previsão de colher 11,263 milhões de toneladas, 15% a menos que em 2019. O rendimento por hectare era de 5.929 quilos e agora é estimado em 4.996/ha.

Clima precisa colaborar

Ainda segundo Jean Marie, o produtor precisa torcer para que não haja geada na região, uma vez que o fenômeno atingiria de forma grave a planta que ainda não está completamente desenvolvida e a quebra seria maior.

De acordo com a previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), há geada prevista para a região oeste nos dias 16 e 17 de junho. A massa de ar polar que derruba a temperatura deve vir depois de quatro dias de chuva (de 12 a 15). O inverno começa oficialmente no dia 20 de junho.