Agronegócio

Metade dos produtores deixou de vacinar gado

Santa Helena – A falta de conscientização de produtores rurais tem refletido de maneira negativa no rebanho bovino da Costa Oeste paranaense. A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária da Paraná) conta com um programa específico para erradicação da tuberculose e da brucelose no rebanho do Estado.

Em Santa Helena, as autoridades ligadas à sanidade animal estão preocupadas com o índice crescente de casos dessas doenças no rebanho leiteiro. O maior temor é o risco de transmissão a humanos por meio da ingestão do leite cru ou por meio de derivados do leite.

De acordo com a médica-veterinária da Adapar em Santa Helena, Raquel Rodrigues Maia, ano passado foram registrados mais de dez casos de animais contaminados que tiveram de ser sacrificados. “Pelo menos metade dos produtores de bovino de Santa Helena pode ter deixado aplicar as vacinas no plantel”, denuncia. “Depois desse alerta, o número de produtores que procurou regularizar a situação aumentou, mas muito ainda precisa ser feito para erradicar essas doenças no Paraná. Além do prejuízo financeiro, o maior problema é com relação à saúde das pessoas, uma vez que essa doença é transmissível”.

Conforme Raquel, a prevalência dessas doenças no Estado não é considerada alta, algo em torno de 5%, mas todos os cuidados precisam ser adotados pelo produtor para evitar uma incidência maior de casos. “Os exames de tuberculose e brucelose são exigidos dos produtores que fazem a entrega do leite nos laticínios, esse acompanhamento também é de extrema relevância”.

A vacinação é feita em bezerros entre três e oito meses. A vacinação só pode ser feita por veterinários autorizados e cadastrados, diante dos riscos que até mesmo o aplicador está suscetível.

O Paraná conta com o Programa Estadual de Erradicação da Brucelose e da Tuberculose, criado com a finalidade de efetuar o controle para posterior erradicação da doença nas espécies de animais de interesse econômico, como bovinos e bubalinos. O governo ainda faz o controle da distribuição dos antígenos e alérgenos, respectivamente, utilizados no diagnóstico da brucelose e da tuberculose. As propriedades-modelo recebem uma certificação de livre das doenças.