Cotidiano

JP Morgan pode retirar milhares de funcionários do Reino Unido após Brexit

NOVA YORK – O diretor executivo do banco americano JP Morgan Chase & Co, Jamie Dimon, afirmou que pode ser forçado a retirar milhares de postos de trabalho do Reino Unido caso o país perca o direito de vender serviços financeiros à União Europeia após a decisão de sair do bloco econômico ? definida em referendo em 23 de junho.

Atualmente, segundo leis do mercado comum europeu, os bancos sediados no Reino Unido têm permissão para vender serviços livremente pelos países-membros sob um sistema de ?passaportes?, considerado um dos pontos mais significantes do bloco econômico para empresas do setor financeiro. Agora, após o Brexit, dúvidas giram em torno dessa possibilidade.

?A questão principal é a ?regra do passaporte? que temos em Londres e que nos permite fornecer serviços a clientes na União Europeia?, disse o executivo ao jornal italiano ?Il Sole 24 Ore? na quinta-feira. ?No entanto, se a União Europeia impor novas condições ao Reino Unido (…) o pior cenário é que teríamos que transferir milhares de funcionários para outras filiais na zona do euro?.

O JP Morgan tem 16 mil empregados no Reino Unido. A sede europeia fica em Londres e o banco conta com escritórios na cidade inglesa de Bournemouth, no Sul, e também na Escócia. Essas localidades contribuíram para gerar uma receita de US$ 14,2 bilhões ao banco no ano passado em operações pela Europa, Oriente Médio e África.

Dimon não acha que o Brexit pressionaria o mundo a outro recessão, mas a incerteza geral em torno da saída do Reino Unido vai desacelerar a economia mundial, disse o diretor executivo, segundo o ?USA Today?:

?Ninguém realmente sabe o que será o futuro, até mesmo as pessoas que apoiaram o Brexit, porque há uma série ampla de possíveis resultados. O Brexit trouxe muita incerteza ao mercado e à economia?.

Nenhum banco anunciou ainda qualquer ação de saída do Reino Unido. Na quinta-feira, o JP Morgan, junto ao Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of America, prometeram em comunicado conjunto trabalhar com o Reino Unido para ajudar Londres a ?reter sua posição como o centro financeiro internacional líder?.