Cotidiano

Gratificação: MP manda e Unioeste corta Tide

De acordo com a Unioeste, o benefício corresponde a 55% dos salários dos servidores e o valor mensal é de cerca de R$ 920 mil.

Unioeste
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Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – Depois de um ano descumprindo e ignorando determinação do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado) para a suspensão do pagamento irregular de Tide (Tempo Integral e Dedicação Exclusiva), a Unioeste foi notificada pelo Ministério Público, por meio do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), a cumprir a determinação. O prazo terminava segunda-feira (17).

De acordo com a Unioeste, o benefício corresponde a 55% dos salários dos servidores e o valor mensal é de cerca de R$ 920 mil.

Diante da notificação, o reitor Alexandre Webber suspendeu o benefício irregular para 600 servidores. “Por causa dessa pendência, nós ficamos sem a certidão negativa e perdemos o repasse da Fundação Araucária para bolsas de estudo. No ano passado, o prejuízo pela falta do repasse foi de R$ 800 mil, que a Unioeste teve que bancar com recursos próprios para não prejudicar os alunos”, revela Alexandre.

As determinações do TCE em relação a outras irregularidades apontadas com cargos foram ignoradas diversas vezes pelo ex-reitor Paulo Sérgio Wolff, o Cascá. Ele foi multado diversas vezes pelo descumprimento e acusado de má-fé pelo TCE, mas os pagamentos continuam pendentes.

Negociação de custeio

Após fazer o corte, Alexandre Webber diz que vai tentar negociar com o Estado para que esse valor de R$ 920 mil, que deixará de ser repassado para a folha, seja revertido em custeio da Unioeste e do HU (Hospital Universitário), já que os valores programados são menores que os repassados ano passado. “Vamos tentar essa conversa. É um valor que ajudaria muito no custeio. Ano passado, por exemplo, foram repassados ao HU R$ 24 milhões, que já não foram suficientes… Para este ano, estão previstos R$ 18 milhões… Queremos tentar pelo menos manter os valores de 2019. Além desses R$ 18 milhões, precisaríamos no HU pelo menos mais R$ 16 milhões de custeio. Já na universidade, em 2019, o repasse foi de R$ 15 milhões e este ano estão previstos R$ 11 milhões”, lista.

A negociação sobre os valores deve ocorrer em março, em reunião entre o reitor e o chefe da Casa Civil, Guto Silva.

Estoque do HU

Já sobre o problema recorrente da falta de medicamentos e suprimentos no HU, Alexandre Webber garantiu que os estoques estão em dia e que uma nova compra emergencial foi feita recentemente. Hoje o hospital trabalha com estoque para um mês de atendimento.