Política

Fusão entre DEM e PSL gera reflexos na política regional

A fusão entre as duas legendas acabou criando uma disputa interna para o controle das executivas estaduais e municipais

Fusão entre DEM e PSL gera reflexos na política regional

Cascavel – A convenção coletiva realizada entre o DEM e o PSL ontem (6), em Brasília, formalizou a fusão entre os dois partidos. O processo resultará na criação da União Brasil, que adotará o número 44 nas urnas. Porém, para ser oficializada, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda precisa aprovar a nova sigla, o que deverá ocorrer até fevereiro para que a legenda possa participar das eleições de outubro de 2022.

No DEM, a decisão foi tomada por aclamação, mas o ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho) e os delegados do Rio Grande do Sul votaram contra o estatuto do novo partido. No PSL, houve aprovação por unanimidade. A votação no partido foi feita por cédulas de papel, como determina o estatuto. A fusão entre as duas legendas acabou criando uma disputa interna para o controle das executivas estaduais e municipais. A executiva nacional será presidida pelo deputado Luciano Bivar (PSL) e terá o ACM Neto (DEM) na secretária-geral.

Em entrevista coletiva, ACM Neto informou que a definição sobre o comando da União Brasil nos estados já começa a ser discutida, contudo, só tende a ser consolidada após o TSE aprovar a fusão. “A partir de hoje nós vamos começar a tratar da composição dos Estados, na medida em que consigamos já vamos ganhando corpo. Vamos organizar da melhor forma o partido em cada Estado, não oficializamos em nenhum lugar em respeito aqueles estados em que não temos definição.”

 

No Paraná

Segundo ACM, alguns estados já estão com os desenhos das executivas estaduais já definidas, como é o caso do Paraná, que terá como presidente o deputado estadual Delegado Fernando Franscischini (PSL). O presidente da executiva estadual do DEM, o deputado federal Pedro Lupion, informou que será o secretário-geral.

“No Paraná a gente já definiu. O Fernando Francischini será o presidente e eu o secretário-geral. Mas, nas executivas municipais ainda estamos discutindo, até porque foi aprovada a fusão em convenção e até que seja homologada pelo TSE os dois partidos continuam existindo, com executivas estaduais e municipais diferentes.”

 

Maior Bancada

A expectativa, segundo o presidente nacional do DEM, ACM Neto, é de que a fusão leve á formação da maior legenda do país. Entretanto, o processo deve levar à saída de vários filiados da chamada ala bolsonarista, entre eles, congressistas.

Mesmo com baixas nos dois partidos, o União Brasil deve contar com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Se considerados os números atuais dos dois partidos, a fusão deixaria o União Brasil com um total de 82 deputados. A segunda maior bancada é a do PT, com 53 deputados.

No Senado, o União Brasil contaria com oito parlamentares e seria a quarta maior bancada, atrás de MDB (maior bancada, com 15 senadores), PSD, Podemos.

Em Cascavel, apesar da fusão, o novo partido permanece com apenas um vereador, Tiago Almeida (DEM), já que o PSL não conseguiu eleger nenhum parlamentar no Município em 2018. Foz do Iguaçu e Toledo a mesma coisa, permanecem com a quantidade de vereadores que já tem.

Já na Assembleia Legislativa do Paraná, a nova formação formará uma bancada com onze deputados estaduais. Do Carmo (PSL), Coronel Lee (PSL), Delegado Fernando Martins (PSL), Delegado Francischini (PSL), Emerson Bacil (PSL), Luis Fernando Guerra (PSL), Ricardo Arruda (PSL), Subtenente Everton (PSL), Dr. Batista (DEM), Nelson Justus (DEM) e Plauto Miró (DEM).

A bancada federal do Paraná também sofre alterações. Agora o novo partido terá quatro congressistas, Aline Sleutjes (PSL), Felipe Francischini (PSL), Filipe Barros (PSL) e Pedro Lupion (DEM).  O deputado Filipe Barros é um dos parlamentares que deverá deixar o partido. Ele tem propostas do PTB.

 

Em Cascavel ideia é “compor”

Apesar de Lupion informar que ainda não há definição sobre a composição da executiva municipal, o pré-candidato a deputado federal, Nelsinho Padovani (PSL), que assinou a ficha de filiação do partido na terça-feira (5), disse que irá assumir a executiva do novo partido em Cascavel. “Será uma união entre os partidos, não tem divisão. O partido vai crescer, nós vamos trazer mais gente. Como sou pré-candidato tenho mando do partido, meu objetivo é unir o partido em 2022. Agora vamos começa a construir, sou presidente do PSL em Cascavel. O novo partido vai demorar entre 60 a 90 dias para ser aprovado pelo TSE, mas já estamos trabalhando para unificar os diretórios daqui e das cidades vizinhas”, disse Nelsinho, que também será responsável pela consolidação do partido nas regiões Oeste, Noroeste e Médio Centro Oeste.

Já o vice-presidente da executiva do DEM, Juarez Berté, que é pré-candidato a deputado estadual, disse que ainda não definiram essa questão. “Ainda não conversamos, iremos sentar para discutir na próxima semana. Temos o DEM consolidado em Cascavel, mas vamos dialogar com o Padovani para ver se conseguiremos compor. Nosso interesse é compor, mas não depende apenas de mim e do presidente, depende do grupo”, disse Berté, conhecido como articulador político experiente, com bom trânsito nos grupos políticos de Cascavel e Oeste.

 

(Redação/Mateus Barbieri)