Cotidiano

Fiocruz aponta quadro estável, mas faz novo alerta sobre crianças

A alta da SRAG entre as crianças, porém, não é causada pelo SARS-CoV-2, e predomina nessa faixa etária a infecção pelo vírus sincicial respiratório

Covid-19: Fiocruz amplia capacidade nacional de testagem
Covid-19: Fiocruz amplia capacidade nacional de testagem

 

Rio de Janeiro – A incidência de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na população brasileira se manteve estável, segundo pesquisa divulgada ontem (18) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A SRAG é um dos principais parâmetros para acompanhar a pandemia da Covid-19, já que o vírus SARS-CoV-2 foi o principal causador das síndromes respiratórias graves virais ao longo de 2020 e 2021.

Segundo a análise, divulgada no Boletim InfoGripe, a incidência de SRAG na população adulta se mantém nos menores patamares desde o início da pandemia, enquanto as crianças até 9 anos de idade continuam a apresentar crescimento no número de diagnósticos. A alta da SRAG entre as crianças, porém, não é causada pelo SARS-CoV-2, e predomina nessa faixa etária a infecção pelo vírus sincicial respiratório.

Os pesquisadores explicam que esse aumento da SRAG causada por outros vírus está relacionado à maior exposição das crianças nos últimos meses. De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, “a situação reforça a importância da revisão dos protocolos adotados no ambiente escolar, como avaliação da capacidade de ventilação e circulação de ar nas salas de aula, bem como distribuição e uso consciente de máscaras adequadas (PFF2)”.

O boletim mostra que a maioria das capitais está em macrorregiões de saúde com nível alto ou muito alto de transmissão comunitária do SARS-CoV-2. A transmissão comunitária se refere à circulação do vírus em uma população sem a necessidade de contágio de outras regiões. Nenhuma das 118 macrorregiões de saúde do Brasil apresentou transmissão comunitária extremamente alta.

Segundo a análise, dez unidades federativas estão com sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) para a síndrome respiratória: Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe.

Já na tendência de curto prazo (últimas três semanas), Rio de Janeiro e Santa Catarina apresentam aumento puxado pelo crescimento da SRAG na população infantil, pressão que também ocorre em São Paulo e Distrito Federal. Em Minas Gerais e no Tocantins, o crescimento da SRAG entre as crianças já se reflete em um aumento de tendência de longo prazo.

O boletim informa que o estado do Rio Grande do Norte é a única exceção, com sinal de crescimento ao longo do mês de outubro nos grupos com idades entre 50 anos e 79 anos de idade e entre 20 anos e 29 anos de idade. Os pesquisadores indicam que a capital, Natal, também requer atenção, apesar de ter crescimento lento na tendência.

 

Números no Paraná

Na quinta-feira (18), a Secretaria de Estado da Saúde confirmou mais 716 casos confirmados e 27 mortes em decorrência da Covid-19. Os dados acumulados do monitoramento mostram que o Paraná soma 1.564.681 casos confirmados e 40.518 mortos pela doença.

Ainda ontem havia 231 pacientes com diagnóstico confirmado internados. São 171 pacientes em leitos SUS (100 em UTIs e 71 em leitos clínicos/enfermarias) e 60 em leitos da rede particular (34 em UTIs e 26 em leitos clínicos/enfermarias). Há outros 844 pacientes internados, 502 em leitos de UTI e 342 em enfermarias, que aguardam resultados de exames.

A Saúde também informou que mais 27 pacientes, infelizmente, foram a óbitop. São 14 mulheres e 13 homens, com idades que variam de 37 a 100 anos.