Cotidiano

Falta de efetivo dos bombeiros pode cessar atendimento com ambulância

Unidades móveis equipadas para atendimento emergencial, podem permanecer paradas até 25 de junho por causa da falta de bombeiros em Umuarama

Falta de efetivo dos bombeiros pode cessar atendimento com ambulância

UMUARAMA – Atualmente o 6º Subgrupamento de Bombeiros de Umuarama possui três ambulâncias equipadas para atendimentos diários de acidentes e atendimentos em casos clínicos e ferimentos, mas infelizmente a falta de efetivo poderá impedir com que equipes do quartel do CB saiam para o atendimento às ocorrências. Apenas uma delas está sendo utilizada pela equipe de atendimento à emergências. A responsabilidade passará a ser do Samu (Serviço de atendimento Móvel de Urgência), que atende pelo telefone 192. Por sua vez o Samu pode solicitar apoio às ambulâncias da Prefeitura ou de parceiros como Same e Unimed.

A única unidade de atendimento externo funcionária somente até o próximo dia 25 (terça-feira) se numa alternativa não for apresentada pelo comando do Corpo de Bombeiros do Estado.

Há a esperança de que profissionais do Samu venham colaborem com o atendimento. “Nós estamos tentando ajustar uma parceria para que possamos continuar atendendo situações corriqueiras”, explica o tenente Willian Marques, ressaltando que a média de atendimentos feitos pelas equipes variam entre 4 a 5 por dia. A maioria é referente a atendimentos de quedas de pessoas, acidentes de trânsito e ferimentos por armas seja de fogo ou lâminas, entre outras situações corriqueiras que, a partir da próxima semana, poderão ser repassadas ao Samu.

Em entrevista coletiva, tenente Willian Marques explica que ambulância pode para em uma semana

Efetivo

De acordo com Marques, o quadro do 6º SGBI prevê um efetivo de 152 militares, mas pode contar com apenas 60, sendo que 10 atuam em Altônia, 9 em Cruzeiro do Oeste e o restante na sede em Umuarama, mas o atendimento abrange 21 municípios. “Além de estarmos com o efetivo reduzido, sempre há profissionais saindo em férias, também temos algumas baixas relacionadas com problemas de saúde, por exemplo”, explica o tenente.

A paralisação do atendimento com ambulância poderá atingir a unidade de Altônia. Em Cruzeiro do Oeste não deve haver alteração, pois a unidade só possui um caminhão.

O efetivo que fica em Umuarama se divide em turnos e desempenha funções administrativas. Marques reforça que ao menos metade dos profissionais que são do departamento administrativo já foi remanejada ao setor operacional. Com isso, os bombeiros conseguem manter em média 6 militares diariamente na unidade – 3 para a ambulância e 3 para o caminhão (sendo que o ideal seriam 4 somente no caminhão).

Prioridade

O tenente explica também que devido à falta de pessoal, a prioridade passa a ser atendimento a incêndios. “Se temos poucos profissionais, teremos que atender o que é prioritário, casos de acidentes poderão ser atendidos por ambulâncias de outros órgãos, entre eles o Samu, já em casos de incêndios, somente o Corpo de Bombeiros tem condições de atender. Por isso é que devemos manter o efetivo destinado à estas ações”.

A saída de 4 bombeiros para a reserva (aposentadoria após 35 anos de serviços prestados) ‘apertou ainda mais o cinto da unidade’. “Ficaremos com 5 na guarnição, sendo que 1 é o rádio operador. O caminhão precisa de no mínimo 3 profissionais e sobraria apenas 1 para a ambulância. Por isso estamos optando por manter os serviços que são exclusivos dos bombeiros, perante a lei (combate a incêndio)”.

Tapa aqui descobre ali

Tenente Wilian lembra que os bombeiros já estavam repassando algumas situações para o Samu, que em alguns dias enfrenta problemas relacionados com os veículos – que são disponibilizados para transportar pacientes para outras cidades ou estão com problemas mecânicos, por exemplo. Além de que não há como transferir efetivo de outros municípios para atender em Umuarama. “Se tirarmos pessoal de outras unidades, deixaremos elas desguarnecidas, pois o efetivo está no limite”, salienta.

Possível parceria

Atualmente o quartel local conta com 3 ambulâncias. Com a paralisação do serviço, apenas uma deve permanecer em uso, para acompanhar o caminhão – caso haja necessidade, mas somente durante o expediente, quando há equipes do departamento administrativo.

A parceria com o Samu seria o ideal, pelo menos para tapar o buraco. “Estamos em conversação com a coordenação do Samu. A ideia é de que se eles tiverem efetivo, podemos manter um dos nossos militares para dirigir a ambulância dos bombeiros e dois socorristas do Samu para o atendimento. Se isso ocorrer, nossas ambulâncias não devem parar”, conta Marques.

O militar esclarece que as coordenações do 6º SGBI e do Samu estão dialogando sobre a possibilidade da parceria.

Novos bombeiros

Marques espera que o Governo do Estado esteja ciente da situação e sinalizou que a intenção é formar cerca de 400 novos bombeiros militares no próximo ano. “Acreditamos que, caso isso aconteça, Umuarama deve ter uma turma de Escola de Formação com 25 alunos. No entanto, tudo depende da situação financeira do Estado”.