Cotidiano

EUA confirmam pedido formal da Turquia para extraditar Gülen

2016 931456414-201608150924371764_AP.jpg_20160815.jpg WASHINGTON ? Os Estados Unidos confirmaram nesta terça-feira que a Turquia fez um pedido formal de extradição do clérigo Fethullah Gülen, a quem o governo turco acusa de estar por trás da tentativa de golpe frustrado do mês passado. Autoridades americanas especificaram, no entanto, que a petição não está relacionada à tentativa de intervenção militar. Gülen, que vive exilado na Pensilvânia desde 1999, nega envolvimento com o episódio que deixou centenas de mortos e feridos em 15 de julho. turquiagulen2308

? Podemos confirmar agora que a Turquia pediu a extradição de Gülen. Mas não se pode caracterizar o pedido como relacionado com a tentativa de golpe ? afirmou à imprensa Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. ? Recebemos um pedido formal de extradição, não um relativo à tentativa de golpe.

Durante semanas, a Turquia afirmou que havia pedido a extradição de Gülen, para que o clérigo enfrente um julgamento em seu país. O antigo rival do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi acusado de manter um “Estado paralelo” turco.

Apesar da pressão de Ancara, Washington pareceu evitar o assunto ao afirmar que não havia recebido um pedido formal. A Casa Branca alegou que buscava evidências da participação de Gülen no frustrado golpe.

As novas declarações do Departamento de Estado chegam quando diplomatas e funcionários do Departamento de Justiça se reuniram com autoridades turcas para tratar do caso Gülen.

O vice-presidente Joe Biden também é esperado na Turquia na quarta-feira. Será o funcionário ocidental de mais alto cargo que visita o país desde o golpe frustrado. A polêmica em torno de Gülen, de 75 anos, dificultou a relação já complicada entre Washington e Ancara.

Neste período, a Turquia afirmou que um fracasso na extradição de Gülen prejudicaria as relações bilaterais. No último sábado, no entanto, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que os EUA são os “aliados estratégicos” do governo turco, e não inimigos.